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    Categories: Política

Érika Kokai aponta corrupção em políticos do Amazonas que apoiam o retorno de Adail Pinheiro

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Manaus – A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) afirmou, na manhã deste sábado, 19, ao AMAZONAS ATUAL, que o apoio que os filhos do ex-prefeito Adail Pinheiro receberam para se elegerem em Coari é uma forma de corrupção por parte dos políticos do Estado.  A coligação que elegeu Adail José Figueiredo Pinheiro (prefeito) e Mayara Monique Figueiredo Pinheiro (vice-prefeita) tinha, por exemplo, o PMDB do senador Eduardo Braga, o PP da superintendente da Suframa e ex-deputada federal Rebecca Garcia e o DEM de Pauderney Avelino, além do próprio PT comandado no Amazonas por Valdermir Santana.

“É uma lógica corrupta. Não estou dizendo que é uma corrupção de tirar dinheiro público. Mas isso é corrupção: você apoiar pessoas que estão representando um criminoso. Um criminoso. E você explicitamente apoiar, porque você só quer chegar ao poder. Isso é corrupção”, declarou a deputada federal.

Érika Kokai presidiu a CPI da Pedofilia na Câmara de Deputados e foi responsável por ações de enfrentamento à morosidade do Judiciário no Amazonas, que possibilitaram a análise de processos contra Adail relacionados a abuso sexual de crianças e adolescentes parados no TJAM. Após atuação da deputada federal de Brasília junto ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à Comissão de Direitos da Pessoa Humana, hoje Comissão Nacional de Direitos Humanos, os processos começaram a ser analisados e, em um deles, foi decretada a prisão de Adail Pinheiro.

Morosidade da Justiça

A deputada federal demonstrou preocupação com a morosidade dos processos contra Adail Pinheiro que envolvem desvio de dinheiro público.

“Ele tem vários processos e o que nos preocupa e vamos ver o que precisa fazer, em Brasília, é que não têm caminhado os processos de corrupção. Porque ele foi alvo da Operação Vorax, da Polícia Federal, para evitar a malversação de recursos públicos, uma prática corrupta e, nesta investigação se detectou, pelas escutas autorizadas, que havia uma rede estruturada ao seu serviço de exploração sexual de crianças e adolescentes”.

Érika Kokai afirmou que para que os casos de exploração sexual fossem analisados no Judiciário amazonense houve denúncias de leniência. “Então, assim, na CPI, houve uma pressão muito grande. A gente teve que fazer uma enfrentamento muito forte com o Judiciário do Amazonas. Inclusive de denunciar seu caráter leniente. Para fazer com que o processo andasse um deles estava em outro estado e não tinha nenhum encaminhamento do Poder Judiciário com relação aos processos contra ele. E o que estamos vendo é que também está parado o processo da Operação Vorax, realizada em 2008. Tem que identificar onde estão os processo e pressionar”, afirmou.

Rede política de apoio a Adail

Érika Kokai afirmou que o leque político de apoio ao grupo do ex-prefeito Adail Pinheiro em Coari existe em função da naturalização da exploração sexual de crianças e adolescentes e da manutenção de uma estrutura comparável ao colonialismo no Amazonas. “Acho que são duas coisas. A primeira é uma naturalização da exploração sexual de crianças e adolescentes. Há uma naturalização, inclusive por parte dos políticos. E, segundo, uma estrutura que nos lembra que não fizemos o luto do colonialismo, uma estrutura de mandonismo, de compadrio. Não importa o que foi feito com nossas crianças e adolescentes: a exploração sexual, a destruição da vida dessas meninas. O que importa é ter o poder e utilizar esse poder para naturalizar crime e, ao mesmo tempo, em benefício próprio. É uma lógica corrupta”, disse.

Agenda em Manaus

A deputada esteve neste final de semana em Manaus para participar de dois eventos. Um foi na Assembleia Legislativa do Amazonas numa agenda da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que debateu formas de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado. Outra foi a aula magna sobre sexualidade, gênero e direitos humanos como parte de um curso de especialização da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A atividade fez parte do curso de Especialização em Sexualidade, Gênero e Direito Humanos, mas foi aberta ao público.

Por Rosiene Carvalho, Amazonas Atual. 

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