BRASIL – Elen Lemos Miranda, de 44 anos, teve o coração duplamente partido esta semana em São Paulo. Dois dias após perder o marido para a Covid, ela recebeu mensagem no celular chamando para que Ronaldo Cavalcante da Silva, 49 anos, fosse ao hospital para receber o tão esperado transplante de rim.
Ronaldo já havia recebido a primeira dose da vacina, mas foi internado no dia 28 de maio com suspeita de covid. Foi intubado no dia 30, teve uma melhora mas apresentou insuficiência dos órgãos e morreu. “Ele lutou bravamente. A gente estava bem empolgado, tinha previsão de extubar depois de tirar o sedativo. Eu vejo que ele não foi um número. Ele foi o grande amor da minha vida”, desabafa Elen.
Quando viu as chamadas e a mensagem do Hospital do Rim, Elen entrou em desespero. Ronaldo morreu na última segunda-feira. “Na hora que eu vi a mensagem, dei um berro na cama, todos vieram correndo, e eu mostrei o celular, já chorando muito, inconformada. Quando li a mensagem, senti como se tivesse aberto um buraco na hora. Depois, pensei que estou em luto, e que tem uma família enlutada pela pessoa que doou os órgãos, mas há uma outra família que já sofreu muito com a hemodiálise, e está esperando isso. Preferi tentar me confortar desse jeito”, relembra.