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Estuprador preso após matar aluna da Unicamp estava em liberdade condicional

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São Paulo – O suspeito de ter matado a estudante da Unicamp Sandy Andrade Santos, 21 anos, na sexta-feira passada em Limeira, interior de SP, já havia cumprido cinco anos de pena por estupro e tentativa de homicídio  – cometidos na mesma cidade – e estava em liberdade condicional desde março de 2016.

De acordo com a polícia, vestígios de sangue foram encontrados em roupas e no carro de Marcelo Soares Moraes Silva, 30 anos, especialmente no porta-malas, no capô e no banco do motorista. Além disso, em local apontado por ele, foi achada a bolsa de Sandy. Até o momento, a principal hipótese é a de que o suspeito abordou a vítima com uma faca, colocou-a dentro do veículo e levou-a até as proximidades de um parque residencial. No local, a jovem teria reagido ao ataque, caindo no chão, momento em que tirou o tênis e utilizou uma meia para estancar um ferimento no pescoço, sendo novamente golpeada.

Segundo o delegado William Marchi, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Silva confessou o crime, mas ainda há dúvidas em relação a detalhes do assassinato. Um deles é a motivação: uma das principais linhas de investigação é de tentativa de estupro, pois, embora a vítima não tenha sofrido violência sexual, nenhum de seus pertences foi roubado.

Ainda de acordo com Marchi, o suspeito apresentou diversas versões para o crime, algumas já descartadas, como a de que ele teria sido contratado apenas para dirigir o veículo. Todas foram, contudo, descritas “friamente”, segundo o delegado. “Ele não demonstra nenhum arrependimento”, afirmou.

A polícia trabalha, ainda, com a hipótese de que Sandy teria sido confundida com outra garota de idade semelhante para um assassinato encomendado. Além de Silva, outros suspeitos foram detidos para averiguação, mas foram dispensados após serem submetidos a exame de corpo de delito.

Revolta

O metalúrgico Paulo Domingos Santos, pai da jovem, falou sobre a revolta pelas circunstâncias que envolvem a morte da filha. “Eu vi que a polícia está fazendo um trabalho de excelência, com unhas e dentes, e isso é um conforto. Mas de que adianta o trabalho desses profissionais? Eles conseguem identificar quem cometeu o crime, mas ele é solto em poucos anos”, disse.

Segundo ele, a rotina de sua filha em Limeira, onde estudava o segundo ano de engenharia de manufatura na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), era tranquila, restrita aos poucos quarteirões em que residia. “Ela só teria mais segurança se morasse dentro da universidade”, disse. O corpo da filha foi encontrado a 2,5 km do local onde estudava.

Morador de Embu-Guaçu, Santos afirmou que sua esposa, Suelly, não queria que Sandy se mudasse para Limeira, a mais 180 quilômetros de distância. “Não tinha o que a gente fazer: ela precisava ir para lá. Era um sonho realizado depois de três anos de cursinho, que foi interrompido dessa forma trágica”, disse. Ele afirma estar apreensivo com o futuro da filha caçula, Natália, 14 anos. “As duas estavam sempre juntas. A nossa família era muito unida, se via quase todos os fins de semana. Quando ela tiver idade para cursar uma faculdade, não vai conseguir ir sozinha para outra cidade, vai ser muito difícil para todos nós”, afirma.

Na tarde desta terça-feira, ele esteve em Limeira para buscar móveis e objetos da filha e também para participar de um ato por mais segurança nas imediações da FCA. “Fiz questão de vir. Estou aqui para apoiar os estudantes e chamar a atenção das autoridades para que o que aconteceu com a Sandy não se repita. Para que ela seja a última vítima, já que, infelizmente, não há como voltar atrás”, defende.

Em nota, a Prefeitura de Limeira anunciou que cederá um prédio próximo à FCA para a instalação da Quinta Companhia da Polícia Militar. Além disso, o patrulhamento de policiais militares e de guardas civis foi intensificado na região. “A medida contempla de imediato pedidos elaborados por estudantes, professores e dirigentes da instituição”, diz o texto.

(Com Estadão Conteúdo)

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