Manaus-AM| A coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, divulgou nesta quinta-feira (23), a informação de que o delegado licenciado e deputado federal Pablo Oliva (PSL), teve seus bens ‘sequestrados’ pela Justiça Federal do Amazonas, sob acusação de corrupção passiva, crime contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.
De acordo com o Folha, Pablo é suspeito de ter utilizado seu cargo na polícia para praticar ilícitos. O parlamentar teria se aproveitado de informações obtidas em investigações para viabilizar o agenciamento de venda de uma empresa para a sua mãe, entre os anos de 2011 e 2012.
Em maio deste ano, ele e a mãe, Eda Oliva Souza, foram alvos de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal.
Segundo o Ministério Público Federal, o empresário Daniel Tomiasi teria adquirido a empresa Só Mudas da mãe do deputado, por R$ 500 mil. No entanto, a companhia nunca havia registrado qualquer indício de atividades que justificassem o valor pago, como vínculos empregatícios, ponto comercial ou clientes. A empresa não tinha sequer autorização para produzir mudas.
Após a sucessão societária, os novos sócios não contrataram funcionários nem movimentaram recursos. Além disso, mantiveram Pierre Oliva, médico e irmão do deputado, como sócio, o que fortaleceu a suspeita no MPF de que a negociação da empresa “serviu para ocultar a destinação de valores ilícitos” a Pablo Oliva, atualmente deputado federal.
Na condição de novo proprietário, Tomiasi também pagou um débito de R$ 116 mil relativo a um imóvel registrado pela Só Mudas.
A Polícia Federal constatou que Pablo confeccionou o contrato de aquisição da empresa em sua estação de trabalho, mesmo que, oficialmente, não tivesse qualquer relação com o negócio.
Além de ter usado seus familiares para ocultar a propriedade da empresa Só Mudas, o MPF afirmou que Pablo usou os valores recebidos na construção de uma casa.
A obra teria sido intermediada por sua mãe, porém em trocas de e-mail obtidas pela PF, mostram que o beneficiário dela seria Pablo. Na casa, foram encontrados recibos de entregas de grande quantidade de dinheiro, sem lastro na Receita Federal.