MANAUS-AM| Três adolescentes sendo dois de 15 anos de idade e um de 16 anos, foram supostamente agredidos e torturados por quatro policiais militares que atuam no município de Envira (distante 1.218 quilômetros de Manaus). Familiares das vítima denunciaram o caso. Os jovens teriam ficado com marcas pelo corpo.
Segundo Giliard Fernandes, pai de um dos adolescentes, a abordagem ocorreu por volta das 15h20 de sexta-feira (18), às margens do ramal São Sebastião, dentro da área do aeroporto de Envira. Ainda segundo o homem, os adolescentes teriam ido até a área recolher ganchos para fazer baladeiras, quando foram abordados pelos militares.
“Eles estavam na área próxima do aeroporto, não chegaram a entrar na pista mas estavam na área do lugar. Realmente eles estavam errados de estarem lá e o vigia do local avistou os três e chamou a polícia. Quando os policiais chegaram já gritaram com eles, apontaram armas e bateram neles com cassetetes. Os dois filhos do meu vizinho caíram no chão e contaram terem sido pisoteados com a arma na nuca”.
Giliard disse que o filho dele ficou em pé chorando e caiu após agressões na nuca e nas costas. Os jovens foram levados à delegacia e posteriormente liberados.
“Todos eles ficaram traumatizados com essa ação violenta feita pelos policiais. Pedimos Justiça porque isso tem acontecido constantemente aqui na cidade mas ninguém denuncia. No momento em que apontaram a arma pra cabeça deles, se essa arma dispara seria uma tragédia, famílias teriam sido destruídas. Pedimos que os superiores deles tomem providências, pois a polícia precisa tratar os cidadãos com humanidade. Talvez eles ainda não sabem qual a profissão deles, pois torturam jovens e moradores daqui da cidade”, declarou o denunciante.
Conforme o depoimento dos jovens, os agentes ainda proferiram xingamentos de baixo calão e ainda ameaçaram enfiar um cassetete no ânus das vítimas .
“Quando meu filho ouviu essa frase do cassetete vinda do policial, ele disse que se sentiu estuprado verbalmente e isso é uma triste realidade. Precisamos que eles sejam punidos”, pediu Gilliard Fernandes. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), não se pronunciou sobre o assunto.