MANAUS, AM – Além da dor da perda, a dor da injustiça. É assim que familiares de vítimas de trânsito em Manaus se sentem e se manifestam nas redes sociais. O caso mais recente é o do personal Talis Roque da Silva, de 31 anos, que no último dia 31 de agosto morreu ao levar uma fechada na empresária Rosa Tavares em Manaus. A família dele está protestando nas redes sociais, mas não é a única.
Nesta terça-feira (12), familiares do personal estão nas redes sociais pedindo. Apesar da empresária ter tido que foi uma “fatalidade” e ter apagado as redes sociais, imagens de câmeras mostram que ela cruzou de um lado para o outro a rua Pará, no Vieiralves, sem dar chance de reação à vítima.
“Gente!! Pedido é justo! Porém para quem tem esse tipo de acidente! Não vai preso! Não adianta! Não vai preso! NUNCA! Ainda mais que ela não tem nada na ficha dela! Estuda… vai ser livre para sempre! Mat@r com carro não vai preso! Infelizmente! E não vai mudar! Pq não mudam as leis!”, desabafou um internauta.
AMEAÇAS DE MORTE
Da mesma forma, a família da enfermeira Gilcely Laura de Lima Veiga, 32, morta em um acidente provocado pelo empresário e influenciador Lucas Carvalho de Souza, 24,. O caso ocorreu no dia 14 de agosto do ano passado, quando ela voltava de um plantão na véspera do aniversário.
Apesar dos protestos até hoje a família espera por justiça. E chegou a relatar ameaças de morte nesse período.
De acordo com a tia da enfermeira, Graça Barros, a revolta é grande, assim como a ameaça. “Estamos recebendo ameaças pelas redes sociais mandando a gente calar boca, porque a gente não sabe o que vai acontecer se a gente continuar falando. Eu quero deixar o recado para a família dele e os amigos dele: para calar a minha boca e a boca dos meus, ele vai ter que matar um por um. Ele vai ter que matar porque isso aí é o que ele sabe fazer”, disse Graça Barros, disse, dias depois do acidente fatal.
IMPUNIDADE
O trânsito brasileiro é o quarto mais violento do continente americano, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dentro do País, São Paulo é o Estado com maior número de óbitos no trânsito e dirigir alcoolizado é a segunda maior causa. Pensando em diminuir o número de acidentes, foi publicada no ano passado a Lei Ordinária 13.546, do Código de Trânsito Brasileiro, que aumenta a punição para o motorista que causar morte dirigindo alcoolizado. Ou seja, a pena, que antes era de 2 a 4 anos de detenção, passa para 5 a 8 anos de reclusão.