RIO DE JANEIRO | Apontada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) teria arquitetado o crime por estar insatisfeita com a forma com que o pastor geria o dinheiro da família.
Os investigadores identificaram pelo menos seis tentativas de envenenamento com arsênico, que levaram o pastor a ser atendido mais de uma vez por sofrer com vômitos e diarreia, entre outros sintomas.
Segundo o promotor Sergio Lopes Pereira, numa troca de mensagens com um dos filhos, Flordelis diz que não poderia se separar do marido por questões religiosas, e, portanto, segundo o promotor, decidiu matá-lo: “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”.
A investigação recentemente concluída indica que Flordelis tentou matar o marido pelo menos outras quatro vezes com a cumplicidade de parte da prole. Como afirmou um dos investigadores, “temos 20% da família envolvida nesse crime”. Ele se referia aos 11 detidos no caso.
Responsável pelo inquérito, o delegado Allan Duarte, titular da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, disse que a imagem de família unida era apenas uma fachada. “Não se tratava de uma simples família, mas de uma organização criminosa intrafamiliar”, afirmou. “O inquérito traz a desconstrução dessa imagem de decência (da deputada), de pessoa caridosa. Ela vendia esse enredo para conseguir chegar à Câmara dos Deputados, e depois tratar essa pessoa (Anderson) como objeto descartável”.
Os defensores garantem que Flordelis “jamais foi mandante desse crime bárbaro”.