Manaus-AM| O conselheiro do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) e relator das contas de Parintins, Júlio Pinheiro, assinaram uma medida cautelar nesta sexta-feira (7), onde determinam a suspensão do 55º Festival Folclórico de Parintins. A festa estava prevista para acontecer em novembro deste ano.
No despacho, publicado no Diário Oficial Eletrônico (DOE) desta sexta-feira (7), o relator argumentou que decidiu suspender o festival pela violação das normas de saúde pública que a realização do evento iria gerar. Os órgãos de saúde consultados, constataram que o festival traria aglomerações, violando as medidas de isolamento e quarentena adotada neste período pandêmico.
Na medida cautelar, o conselheiro Júlio Pinheiro, também, destacou a suspensão de eventos a nível mundial, tais como as Olimpíadas de Tóquio e a Fórmula 1 no Brasil. Apesar dos primeiros sinais de melhoria no Amazonas em relação à pandemia, a realização do evento, neste momento, foi vista como algo temerário, dadas as grandes proporções do festival, responsável por reunir milhares de turistas do mundo todos anualmente.
O Ministério Público de Contas apontou que além dos motivos sanitários que inviabilizam a realização do Festival, a insistência do evento em novembro pelo prefeito de Parintins, Bi Garcia, vislumbra a possibilidade de irregularidades na gestão do patrimônio público.
A empresa AmazonBest, contratada para gerir diversas áreas do festival (venda de ingressos, hospedagem, camarotes, buffet, passagens áreas, hospedagens, entre outros), segundo o MPC, tem em seu quadro societário possíveis integrantes das famílias Garcia e Brelaz. Caso ocorresse, mesmo em um período tão conturbado e difícil para a administração pública, o evento, que é pago com recursos públicos, renderia milhões para à empresa, que tem como responsáveis parentes do atual prefeito.
A baixa conectividade dos rios pelo período de seca no Amazonas, também foi levado em consideração.