BRASÍLIA | A Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira, em plenário, a proposta que previa a implementação do voto impresso a partir de 2022, umas das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro.
Por 229 votos a favor e 218 contra e uma abstenção, o governo foi derrotado mais uma vez, e o texto foi arquivado — são necessários ao menos 308 votos para alterar a Constituição. Em comissão especial, o texto já havia sido rejeitado por ampla maioria.
Com o resultado, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), esperam agora que Bolsonaro não faça mais ameaças à realização do pleito.
A resposta de deputados ocorre no mesmo dia em que o presidente da República participou de um desfile de blindados das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Durante a votação, parlamentares avisaram que não aceitarão qualquer tentativa de golpe. Também associaram o evento a uma tentativa de intimidação ao Poder Legislativo.
Para que pudesse ir ao Senado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) precisaria de um apoio de três quintos dos deputados, em dois turnos de votação. O que se viu no painel da Casa, no entanto, foi uma derrota.
Parlamentares de partidos de centro, independentes e de oposição deram o recado de que não aceitarão qualquer ameaça ao processo eleitoral, como chegou a fazer Bolsonaro em diversas ocasiões. Antes da votação, orientaram contra PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, PDT, SD, DEM, PSOL, Avante, PCdoB, Cidadania, PV e Rede. Já Republicanos, PSL e Podemos foram a favor da proposta. Já o PP, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, liberou a sua bancada para que seus deputados votassem como quisessem. PSC, PROS, Novo e PTB também não firmaram uma posição.