AUSTRÁILA – Não houve revanche, mas o placar foi igual ao de 2019. A França venceu o Brasil por 2 a 1 neste sábado, pela segunda rodada da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023™, e assumiu a liderança do Grupo F.
Ao contrário do que aconteceu na última edição, a derrota para a equipe francesa não elimina a seleção brasileira, mas acende um grande sinal de alerta para a terceira e última rodada, que trará um grande desafio contra a Jamaica no dia 2 de agosto.
A França, que agora tem quatro pontos (um a mais que o Brasil) enfrenta o lanterna Panamá no mesmo dia.
O futebol tem dois tempos de jogo – e desta vez, eles foram muito diferentes um do outro. No primeiro tempo, a França atuou de forma soberana, contando com a ansiedade brasileira (talvez sob pressão pelo tão falado sonho de revanche).
A goleira Leticia, a Lelê, começou evitando o que teria sido o primeiro gol da França aos 12 do primeiro tempo após cabeceio venenoso de Le Sommer. Mas a defesa brasileira voltou a dar espaço e permitiu que o lance se repetisse cinco minutos depois.
E aí, por mais que tenha tentado, Lelê não conseguiu salvar de novo: Karchaoui fez o levantamento pela esquerda, Diani ganhou e escorou para a camisa 9 Le Sommer, que finalizou de cabeça de novo, desta vez direto para a rede.
No primeiro tempo, a França foi muito superior. As escapadas do Brasil tinham pinceladas de nervosismo e falhavam sempre no último toque. Como quando Debinha, aos 22, fez de tudo para proteger a bola, cortou a marcação e serviu Adriana, que vinha de frente para o gol e errou o alvo.
Adriana tentou se redimir cerca de cinco minutos depois, na correria e fazendo fila entre as marcadoras francesas, mas foi tocada por Toletti e sofreu a falta. Havia muita vontade, mas pouca organização coletiva, e as jogadas seguiam sem conclusão.
A seleção brasileira só melhorou no segundo tempo. Ajudou muito o fato de que o gol de empate saiu cedo, aos 12 minutos, após boa troca de passes na entrada da área. Ary Borges tocou para Geyse, que deu um passe curto pelo alto e encontrou Debinha, livre, surgindo entre as adversárias de azul. A artilheira de Pia Sundhage não perdoou e marcou.
A França chegou a parecer nervosa, desacostumada a se ver pressionada na fase de grupos de Copas do Mundo, e precisou de uma jovem irreverente para acordar: aos 19 anos, Becho fez o pivô para Geyoro chutar com perigo e exigir boa defesa de Lelê. A quase xará Bacha, de 22, ainda balançou a rede pelo lado de fora em outro lance.
Mas a vitória da França saiu da cabeça de uma veterana. Em cobrança de escanteio, a literalmente gigante Wendie Renard (de 1,87m) saltou e concluiu com um toque letal.
Marta ainda entrou em campo aos 40, mas foi bem marcada e não criou. Com ela em campo, a história caprichou e repetiu o placar de 2019.
O número
O Brasil nunca conseguiu virar um jogo do Copa do Mundo Feminina da FIFA após sair em desvantagem no placar.