RIO DE JANEIRO | A auxiliar de cozinha de um supermercado acabou sendo demitida do estabelecimento após fazer inúmeras denúncias de que estava sendo vítima de racismo e intolerância religiosa no ambiente de trabalho.
Nataly Ventura da Silva, 31, ela começou a trabalhar no preparo de alimentos para os funcionários e colaboradores do hipermercado no mês de março e, desde então, passou a ser vítima de preconceito por parte de um dos colegas de trabalho.
“Eu chegava, ele virava o balde e começava a batucar como se fosse atabaque, em referência ao candomblé. Um dia, os colegas estavam conversando sobre a doação de um gato, ele disse que o gato só serviria se fosse branco, preto não poderia adotar. Ele chegou a dizer que desde o dia que eu entrei lá [na cozinha], ele já não gostava de mim”, relatou Nataly.
De acordo com a vítima o funcionário nunca foi punido, apesar das queixas frequentes dela. Ela, por sua vez, foi avaliada de forma negativa pela própria supervisora.
Procurado, o hipermercado Atacadão disse que repudia qualquer tipo de discriminação e que assim que a empresa tomou conhecimento do caso, o funcionário foi desligado por justa causa. Se condenado, o mercado deverá pagar R$50 milhões em danos coletivos e os valores serão transferidos para instituições sem fins lucrativos voltadas para causas negras.