MANAUS (AM) – Os governos dos Estados Unidos (EUA) e Alemanha deram um balde de água fria ao alertarem o governo brasileiro de que a verba de mais de R$ 1,2 bilhão do Fundo Amazônia não poderá ser usada na pavimentação da rodovia BR-319. Ambientalistas apontam que a obra contribui com o desmatamento e queimadas na região, indo contra a proposta do Fundo.
A obra da BR-319 é muito aguardada na região Norte, principalmente no Amazonas. A Câmara dos Deputados facilitou o licenciamento por meio de projeto de lei que previa o uso do recurso justamente para isso. No entanto, o governo alemão manifestou que, caso o PL seja aprovado pelo Senado e levado à sanção, vai afirmar aos gerentes do fundo Amazônia que ele não pode ser usado para pavimentar a estrada.
O projeto de reconstrução da BR-319 levaria ao desmatamento acumulado de 170.000 km² até 2050, conforme estudo citado em nota técnica do Observatório BR-319, rede de organizações que atuam no monitoramento da rodovia.
Empresários e políticos têm feito campanha nos últimos anos falando da possibilidade de crescimento do estado do Amazonas, mas a ideia tem sofrido resistência, principalmente quando em 2023 o estado “explodiu” com mais de 17 mil focos de calor.
Além disso, as áreas mais afetadas são em 12 municípios de influência da BR-319. O Amazonas também sofreu, em 2023, com as queimadas que encobriu a região metropolitana por mais de 2 meses, causando dificuldade respiratória e deixando os níveis de qualidade do ar insalubres.