MANAUS (AM) – O vigilante Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, temia que o corpo de Débora da Silva Alves, que tinha 18 anos, e estava grávida de oito meses dele, fosse encontrado e realizassem um exame de DNA no bebê. Segundo a delegada Deborah Barreiro, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), essa foi a justificativa que o homem deu para cometer tamanha atrocidade com a jovem.
“O Gil começou a pensar que se o corpo fosse encontrado com aquela criança, e fizessem o DNA, podiam atribuir o crime a ele. Ele pegou uma faca de cozinha, foi lá de novo onde estava o corpo, extraiu a criança, colocou no saco e no carro dele. Ele trabalhou normalmente até às 6h, ainda deu carona pra um vigilante”, disse a delegada, mostrando a frieza do homem.
Débora desapareceu no dia 29 de julho e seu desaparecimento foi amplamente divulgado na imprensa, principalmente pela gravidez e pela família dela já suspeitar dele. Por conta disso, Gil temia que se encontrassem o corpo dela com o bebê, saberiam que era a jovem e rapidamente a polícia chegaria a ele, por essa razão ele temia o DNA.
Briga e agressão
O vigilante não aceitava a paternidade e assumiu à polícia que a atraiu até a usina na Zona Leste, local do crime, para tratar do assunto. Ele alegava que o pai poderia ser qualquer homem e os dois acabaram brigando. “Gil disse que ela ‘já estava demais’. Que já havia dado R$ 500 para ela, pagado uns exames, mas que Débora queria mais objetos para o filho e que o vigilante o assumisse”, disse Deborah Barreiros.
Na ocasião, quando conversavam, Gil agrediu Débora brutalmente e depois pediu ajuda de José Nilson Azevedo da Silva, o “Nego”. “Tu garante?”, teria perguntado ele ao comparsa, indicando que queria dar fim ao corpo. Ainda segundo a delegada, o vigilante asfixiou a vítima com uma corda, ela se debateu, depois Nego ajudou dando um “pisão”. Em seguida, atearam fogo no corpo dela e colocaram no tonel. Neguinho foi embora e o vigilante continuou no galpão, já que estava trabalhando.
Horas depois, pelo medo de acharem a criança, decidiu retirá-lo da barriga da jovem e usou o saco de estopa. “Ele foi até o Porto do Ceasa, pegou um mototáxi, viu um catraeiro, resolveu atravessar e no meio do rio jogou. Ele disse ao catraeiro que eram restos de obra no saco e ainda pegou outro catraeiro para voltar e foi embora para casa”.
De acordo com o delegado da DEHS, Ricardo Cunha, o vigilante falou à esposa que tinha feito “besteira” e precisava ir embora de Manaus. Com o passar dos dias, Ana Júlia Ribeiro entendeu a gravidade e soube do assassinato, mas até então não foram encontrados evidências da participação dela diretamente. “Não temos a comprovação da participação da Ana Júlia. Ela não acreditava que Gil Romero tivesse sido capaz de matar a jovem. Ela só ficou sabendo o que estava acontecendo após a repercussão do caso na imprensa”.
A polícia informou ainda que a terceira pessoa envolvida, “Doidinho” ou “Noiado”, como foi chamado, não teve participação relevante no crime, já que a autoria da morte realmente foi de Gil Romero e Neguinho. Eles estão à disposição da justiça.
O corpo de Arthur Vinicius não foi encontrado e pela localidade onde foi jogado, segundo a polícia, não há grandes chances de ser encontrado.
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