TEFÉ (AM) – Um homem acusa o delegado de polícia civil Carlos Augusto Monteiro, abuso de poder e prisão ilegal. Um vídeo registrado por câmeras de segurança, flagraram o momento em que o titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Tefé, agride a vítima e aponta uma arma para ela. O caso aconteceu domingo (17), em uma pizzaria do município.
De acordo com Jhon Luckas, ele levou a família até o local para comemorar o aniversário de casamento com a esposa dele. Como não tem um veículo que comportaria toda a família, ele os levou em seu instrumento de trabalho, um triciclo de carga também conhecido como tuque-tuque ou carrocinha.
“Domingo fui na pizzaria com a família toda e eu fui apreendido pelo delegado da cidade. Ele ficou incomodado desde a hora que eu cheguei com minha família… sem motivo, só por causa de uma música que eu estava ouvindo na caixa de som, e incomodou, isso foi um absurdo o que ele fez comigo… minhas filhas ficaram apavorado com isso”.
A música a qual o homem se refere estava vindo de uma caixinha de som que estava na carrocinha, e antes disso, ele já havia implicado com vítima, por estacionar na calçada. Segundo o homem, ele retirou o veículo, sem reclamar, e inclusive chegou a ficar do outro lado da rua com a família, enquanto aguardava por uma mesa no estabelecimento.
Quando a família sentou à mesa, o delegado teria mandado que a música fosse desligada, o homem se negou e disse que o som não estava incomodando ninguém, apenas ele [delegado] que estaria de implicância.
“Quando ele me abordou, ele não se apresentou. Eu não sabia quem era. Fui saber na delegacia só. Cheguei a dizer que a caixa de som estava no meu triciclo do outro lado da rua, e não estava incomodando ninguém, só ele”.
O delegado então teria ido até a mesa, agredido o homem na frente da família, apontando uma arma para ele e o levou até a delegacia.
“Ele me deu tapas e me levou para a viatura com a arma nas minhas costas. Minha família ficou gritando pedindo para que ele parasse. Na delegacia, ele me fez ficar pelado na cela, onde fiquei até o outro dia pela tarde. Todos os meus bens foram apreendidos, inclusive o meu único meio de trabalho, que era a carrocinha”, contou.
A vítima afirma ainda que acredita que o delegado agiu daquela forma devido a cor e status social dele. O homem após ficar detido até às 11h do dia seguinte, procurou um advogado e disse que irá processar o delegado.
“Ele não possui nenhuma passagem pela polícia e nem antecedentes criminais. Não gritou com o delegado, pois de fato, ele nem sabia que se tratava do delegado da cidade. Aconteceu uma prisão ilegal e ele ficou na delegacia de 21h de domingo até às 11h da segunda-feira, sem água e comida”, pontuaram as advogadas Tatiane Leão e Thatyane Badejo, que atuam no caso.
A defesa entrou com a denúncia no Ministério, e também na Corregedoria da Polícia Civil do Amazonas, além disso elas irão entrar com uma ação por danos morais.
Questionada sobre o comportamento do delegado, a PC não se manifestou sobre o ocorrido; tentamos ainda contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e com a Corregedoria, e aguardamos uma resposta.