São Paulo – Henrique dos Santos, de 22 anos, que estava internado no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, teve o seu braço amputado em consequência de uma injeção. A intervenção provocou necrose, que é o estado de morte de um tecido ou parte dele em um organismo vivo. Henrique havia procurado a unidade de saúde no começo do mês para tratar de problema neurológico.
O procedimento para remoção de parte do membro, na altura do cotovelo, ocorreu na última sexta-feira (17), como medida preventiva para salvar a vida do rapaz. “Os médicos disseram que ele poderia morrer, por conta da infecção que chegou até o osso. Não tinha mais como salvar o braço. O médico disse que em tantos anos de profissão nunca havia visto um caso desse”, diz a mãe do rapaz, Fabiana Amaro dos Santos.
Ainda em recuperação, Henrique segue internado no hospital, na ala psiquiátrica. Depois da amputação, Henrique teria fugido da unidade hospitalar de madrugada, sendo encontrado em um pronto-socorro localizado a cerca de 10 km de distância de onde estava internado.
“Encontraram (familiares) ele no PS da Nova Mirim. Aí trouxemos ele de volta para o Irmã Dulce. Ele não está bem, fica confuso e não sabe dizer direito o que aconteceu, se recebeu alta para sair ou se fugiu mesmo. Desde que começou esse problema no braço ele só chora, é muito triste tudo o que está acontecendo”, afirma a mãe.
Reação imediata
Momentos após a aplicação da injeção, o braço do rapaz ficou inchado e dolorido, conforme relatou à Reportagem o pai do rapaz, Ângelo dos Santos.
As enfermeiras, então, colocaram nova medicação no acesso instalado no antebraço, sem explicar ao paciente e ao acompanhante o que estava sendo aplicado, ainda segundo Ângelo. Depois desse novo remédio, o braço começou a ficar roxo.
Na ocasião, sem apresentar nenhuma melhora, os médicos decidiram por operar o jovem no dia 4 de fevereiro. Após a cirurgia, o membro começou a inchar e a perder a sensibilidade da mão e dos dedos, que já não se moviam.
Máxima prioridade
A Tribuna On-line entrou em contato com a assessoria de imprensa da Fundação ABC, responsável pelo hospital. O órgão informou que três medidas administrativas foram implantadas para esclarecer o atendimento dado ao rapaz desde o momento em que deu entrada no hospital.
De acordo com a Fundação ABC, uma sindicância interna foi aberta e o caso é tratado com prioridade máxima. Além disso, há dois processos administrativos em andamento: um na Comissão de Ética Médica e outro na Comissão de Ética de Enfermagem.
Ainda em nota, a Fundação afirma que o paciente, no momento em que deixou o hospital, “encontrava-se agressivo” e ao ser levado de volta à unidade pela mãe, no dia seguinte, foi internado novamente na ala cirúrgica. “Posteriormente, devido ao quadro clínico apresentado, precisou ser transferido para a ala de psiquiatria, onde permanece em tratamento e acompanhamento até o presente momento”. Com Informações da Tribuna de Santos.