Brasília – Após processar um deputado estadual do Paraná por ter publicado nas redes sociais vídeo com mensagens ofensivas ao PT, a presidente do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (SC), ingressou com queixa-crime também contra a cidadã que a ofendeu durante um voo comercial, no Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2017. A ação corre na 12ª Vara Federal do Distrito Federal. As informações são do Metrópoles.
No episódio, a paranaense Cirlene Lourenço da Silva questiona a parlamentar sobre a devolução de dinheiro dos aposentados e pensionistas do Brasil. “Conta para nós aí. 2018 está chegando e a senhora será jogada na lata do lixo. O povo paranaense não quer olhar na sua cara”, esbravejava a mulher no vídeo, que obteve 20 milhões de visualizações no YouTube.
Na gravação, a acusada classifica a parlamentar de “ladra”, “corrupta” e “lixo”. Um homem identificado como assessor da senadora também aparece nas imagens, tentando segurar a indignada cidadã. “A senhora nos envergonha”, disparou a mulher contra Gleisi Hoffman, antes de ser aplaudida por passageiros. Constrangida, a petista atribui os ataques ao fato de a outra ser “eleitora do Aécio” [Neves, PSDB]; pouco depois, tenta pedir ajuda à cabine de comando. No fim, as duas foram parar na Polícia Federal do aeroporto de Brasília.
Veja vídeo que motivou a ação:
Aposentados
Ré por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato, Gleisi é casada com o ex-ministro Paulo Bernardo, acusado de ter cobrado comissão para fechar contrato de crédito consignado para os aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Na justificativa do processo (cópia abaixo), a petista alega que o episódio feriu a honra dela e pede reparos à Justiça. “Liberdade de expressão e manifestação não são sinônimos de agressão. Aviso aos navegantes: nenhuma agressão me constrange, apenas me fará tomar medidas judiciais para conter e penalizar agressores”, escreveu a senadora no Twitter.
A defesa de Cirlene, contudo, sustenta que a ação de Gleisi Hoffmann é descabida. “Minha cliente apenas fez reverberar a voz de toda uma sociedade, que está cansada de tantos escândalos na classe política brasileira”, argumentou o criminalista Jean Cleber Garcia.