Porto Alegre – O Partido Progressistas do Rio Grande do Sul (PP-RS) afastou o deputado federal José Otávio Germano das atividades partidárias e das funções na comissão executiva e no diretório estadual da sigla. O motivo foi uma confusão na última sexta-feira (22), quando dois travestis cobraram do parlamentar, aos gritos, o pagamento de um programa. O tumulto ocorreu em frente ao prédio onde ele reside, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. As informações são do G1.
Há uns cinco anos, Jose Otávio Germano se envolveu em um caso semelhante, num prédio da área central de Brasília. Na ocasião, dois travestis também fizeram uma confusão ao cobrar do deputado por um programa.
Um vídeo mostrando o tumulto feito pelos dois travestis, em Porto Alegre, circulou pelas redes sociais. Nele, os transexuais fazem referência a drogas. As imagens foram gravadas por um morador do edifício do parlamentar. A confusão foi resolvida quando uma viatura da Brigada Militar chegou no local, mas não foi registrada ocorrência.
O caso, informou o PP, será enviado ao conselho ética, que deverá apurar a viabilidade de ofertar denúncia para instaurar processo ético-administrativo no diretório nacional do partido. Em nota, o PP diz que a decisão sobre o afastamento ocorreu após reunião da comissão executiva e que considera os fatos “lamentáveis no campo da moral e da ética”.
Infrações éticas
“Sob nossa ótica, sobretudo à figura do homem público, é de difícil justificativa o conjunto daquelas ocorrências, as quais – sempre resguardado o direito de defesa e a prova da verdade – por ora maculam a representatividade por si exercida, bem como atingem a dignidade da pessoa humana, no que tange à vida privada do deputado”, ressalta a nota do partido.
Ainda de acordo com a legenda, o parlamentar terá direito à defesa. O PP assina também que medida não representa incriminação de forma antecipada, mas reforçou que todo filiado precisa cumprir o Código de Ética e fidelidade partidária.
“No campo político-partidário, mesmo sendo doloroso, não há como refrear a imposição estatutária de apuração de possíveis infrações éticas decorrentes dos lamentáveis episódios. Todo o filiado, desde o estabelecimento do liame partidário, está atrelado aos dispositivos contidos em nosso código de ética e fidelidade partidária”, completa o texto.
“Como instituição, o PP gaúcho não tem compromisso com erros individuais. Isso, porém, não significa incriminar antecipadamente. Como todo e qualquer cidadão brasileiro, o parlamentar citado terá o direito de se defender e provar sua inocência”, observa o partido.
O parlamentar é réu em duas ações penais da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. Por conta dos processos, dirigentes do PP já apresentaram um pedido à direção estadual do partido pedindo que José Otávio Germano não concorra nas eleições de outubro.
https://youtu.be/-nhishOzGYc