De acordo com a Polícia Civil, o incêndio foi criminoso, ateado pelo ex-namorado da mulher, inconformado com a separação. O homem foi preso horas depois. No momento do incêndio, a mulher estava na delegacia da Polícia Civil, denunciando ameaças e agressões que havia sofrido do ex.
A casa, na Estrada da Capela, no bairro Campininha, era de madeira e foi completamente destruída pelas chamas. No local, a protetora de animais Carla Viviana Hirsch, de 30 anos, mantinha 41 cães recolhidos nas ruas da cidade. Ela disse à polícia que, na noite de domingo (28), o ex-namorado invadiu o imóvel e disse que a mataria se não voltasse com ele.
Na manhã seguinte, a mulher decidiu denunciá-lo à polícia. Quando prestava queixa na delegacia, ela foi avisada de que sua casa estava pegando fogo. Chegando ao local, ela encontrou o Corpo de Bombeiros controlando as chamas, mas o imóvel já estava destruído.
Parte dos cães salvos do incêndio estava num canil construído ao lado do imóvel, que não foi atingido pelas chamas. Outros animais escaparam do fogo e fugiram para o mato. O suspeito de causar o incêndio, Fernando Silva Ferreira, de 29 anos, foi preso no mesmo bairro e confessou o crime.
Ele alegou ter ficado nervoso porque a namorada rompera o relacionamento. O acusado foi autuado em flagrante por incêndio criminoso e pela morte dos animais. Ele permanecia preso na manhã desta terça-feira (30) e será levado a uma audiência de custódia no Fórum de Sorocaba (SP). Ferreira ainda não tinha constituído advogado.
Carla, conhecida como Manu, se considera protetora de animais desde os dez anos de idade. “Há seis anos, passei a me dedicar só a eles, meus anjos de patas. Os que morreram, estavam em casa porque são idosos, alguns são (eram) cegos, outros não têm dentes, e eu dava comida na boca”, contou.
Ela namorou Ferreira durante um ano e decidiu romper após ser agredida e estuprada no último dia 1º. “Ele fez barbárie comigo, me bateu e me pegou à força, me estuprou. Eu dei um basta, mas não achei que ele fosse fazer o que fez.” Neste domingo, o rapaz foi à casa e a ameaçou de morte. “Decidi denunciar e fui à polícia. Ele achou que eu estava dormindo em casa, por isso pôs fogo. A intenção era me matar. Se ele sair (da prisão), vou ter de fugir, se não ele me mata.”
A Polícia Civil pediu à Justiça medida protetiva em favor de Carla, impedindo que o ex-namorado se aproxime dela. O pedido foi encaminhado ao Judiciário e aguardava decisão. A mulher, que perdeu também todos os móveis, eletrodomésticos e roupas, foi acolhida por uma vizinha. O incêndio e a morte dos cães repercutiram em redes sociais. Moradores que conhecem o trabalho de proteção dos animais realizado pela vítima iniciaram uma campanha pedindo doações para a reconstrução do imóvel.
Com informações Veja São Paulo