São Paulo – A adolescente de 17 anos que procurou a polícia como vítima de estupro de um morador de rua em São Roque (SP) conta que não consegue esquecer o momento de violência após o trauma sofrido na segunda-feira (11), quando voltava da escola. As informações são do G1.
O suspeito foi preso logo depois que ela registrou a ocorrência e o viu na rodoviária da cidade, que fica perto da delegacia.
Segundo a estudante, na saída do plantão policial, havia um homem deitado parecido com o agressor. Em dúvida, a jovem retornou ao DP e disse que o possível suspeito estava dormindo próximo ao local e pediu ajuda para identifica-lo.
“A polícia acordou ele e eu falei: ‘Se for um homem com olhos esbugalhados e sem dentes, é ele’.”
Com o agressor detido e sendo investigado pela Polícia Civil, a estudante se recupera do trauma com ajuda psicológica para conseguir dormir.
“Na hora que ele foi preso me deu um alívio em saber que o acharam. O que eu mais tinha medo era de sair e acontecer tudo de novo. A gente fica com medo de colocar o pé para fora de casa.”
Medo
Em entrevista à TV TEM, a adolescente contou sobre os minutos de pânico após descer do ônibus na volta para casa e ser surpreendida pelo homem.
No primeiro momento, ela achou que seria um assalto até que o agressor sacou uma faca e a arrastou para um matagal, onde o crime foi consumado. “Ele falou assim: ‘Se não fizer o que eu pedir, vou te esfaquear’. Eu fiquei com medo”, diz.
De acordo com a vítima, ela foi agredida com puxões de cabelo e teve a boca tampada antes mesmo de conseguir pedir ajuda. “Ele começou a puxar o meu cabelo para trás e chegou a abusar de mim. Ninguém escutava”, lembra a jovem antes de conseguir se esquivar, morder o braço dele e fugir.
Em seguida, ainda segundo o relato, a estudante correu, atravessou a pista e encontrou um guarda contratado por moradores do bairro. O vigilante a levou para casa, na mesma região, e acionou a polícia.
Imediatamente a vítima foi encaminhada à Santa Casa de Sorocaba (SP). No atendimento médico, foram realizados o exame de corpo de delito e a aplicação de medicamentos para evitar prováveis doenças sexualmente transmissíveis.
“Para mim é bem difícil. A gente fica com nojo da gente mesmo e toma banho toda hora. Fica esse sentimento na cabeça, a risada, aquele cheiro, as coisas que ele fazia que me machucava”, conta.