Rio – A polícia de Los Angeles prendeu, nesta quarta-feira (27/6), um homem suspeito de matar o enteado, Anthony Avalos, de 10 anos. Segundo a investigação, o homem teria justificado o crime dizendo que suspeitava que o garoto fosse gay. De acordo com familiares, o padrasto do menino era membro de uma gangue violenta, batizada de M13, nos Estados Unidos. Até última atualização desta reportagem, as autoridades não sabiam precisar se a mãe teve envolvimento com a morte do filho. As informações são do Correio Braziliense.
Em coletiva de imprensa, o xerife Jim McDonnel afirmou que o namorado da mãe de Anthony, Kareem Leiva, 32, está preso e foi acusado de homicídio. A fiança está avaliada em US$ 2 milhões. “Leiva prestou depoimentos, que levaram os detetives a prendê-lo pela morte de Anthony”, declarou McDonnel.
A mãe do garoto, Heather Barron, ligou, em 20 de junho, para emergência e disse que o menino havia sofrido uma queda. Quando os socorristas chegaram ao local, Anthony já estava desacordado e apresentava sinais de abuso e má nutrição. Ele foi encaminhado para o hospital, porém não resistiu e morreu no dia seguinte.
O diretor do Departamento de Crianças e Famílias de Los Angeles, Brandon Nichols, disse ao jornal Los Angeles Times que Anthony revelou que “gostava de meninos” semanas antes de sua morte. Na coletiva, o xerife Jim McDonnel foi questionado se o padrasto matou o menino por conta de homofobia, mas McDonnel alegou que ainda não pode confirmar se esse foi o motivo principal do assassinato.
Segundo a NBC News, o Departamento de Crianças e Famílias de Los Angeles confirmou que Anthony vinha sofrendo abusos físico, sexual e emocional de seus familiares há anos. Entre o período de fevereiro de 2013 e abril de 2016, os parentes do garoto foram denunciados 12 vezes, incluindo um abuso sexual, quando tinha 4 anos de idade, cometido pelo avô.
Antes de morrer, o menino teria falado sobre essas denúncias. “Anthony revelou detalhes consistentes de que ele estava apanhando, preso em cárcere e que não estava sendo alimentado”, Bobby Cagle, diretor do departamento, escreveu uma nota para a NBC News.
De acordo com o Departamento, oito crianças de 11 meses até 12 anos foram retiradas da casa de Barron e Leiva para investigar sobre o casal.
Brandon Nichols afirmou que Anthony morou longe de sua família durante um período de tempo, mas foi enviado novamente para casa. Karla Avalos, uma das tias do garoto, deu entrevista à NBC News, e se sentia frustrada por Anthony e essas crianças terem voltado para casa do casal. “Eu estou irritada porque havia muitas denúncias e ninguém fez nada. Eu não entendo porque eles acharam que era ok ele voltar para casa”.
Lorri Jean, diretora do Centro LGBT de Los Angeles, disse à NBC que a instituição vem avisando sobre os problemas que crianças LGBT enfrentam todos os dias com a violência. “Se ninguém fizer nada, não será o último”, manifestou.