Porto Alegre – Um homem ateou fogo na recepção do pronto-socorro do Hospital Bruno Born, em Lajeado, no Rio Grande do Sul, por volta das 19h do domingo. Testemunhas presentes no local relataram à polícia que ele estava revoltado com a demora de cerca de 4 horas no atendimento ao filho. As informações são da VEJA.com
Funcionários e pacientes precisaram ser atendidos com uso de oxigênio, em razão da fumaça inalada. Não há informação sobre o estado de saúde deles.
O suspeito já foi identificado pela Polícia Civil de Lajeado e está foragido. De acordo com o delegado Juliano Fernandes Stobbe, responsável pelo caso, o suspeito será enquadrado no artigo 250 do Código Penal (Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem), com o agravante de ter praticado o crime em um edifício público ou destinado ao uso público. A pena é de três a seis anos de reclusão, e multa.
Para Stobbe, o incêndio pode ser classificado como premeditado. “Ainda que rapidamente, o homem teve tempo de sair do hospital e voltar com um líquido inflamável, provavelmente gasolina. Ele cobriu o rosto com um capacete para não ser identificado”, afirmou, em entrevista ao site de VEJA por telefone. “É muito mais grave do que o sujeito dar um soco na mesa na hora da revolta.” Não foi confirmado o tempo de espera para atendimento no pronto-socorro, mas isso é “indiferente para o crime”, segundo Stobbe.
Leia a nota do Hospital Born:
Comunicado Oficial
O Hospital Bruno Born comunica a todos que, no final da tarde do dia 01/04/2018, sofreu um atentado nas dependências do Setor de Emergência, próximo às 19h.
Esse evento causou graves consequências tanto à instituição quanto a funcionários e pacientes, expondo-os a risco de vida.
Alguns funcionários e pacientes necessitaram de observação médica, uso de oxigênio e monitoração, em razão da fumaça inalada. Todos ainda estão muito abalados psicologicamente.
Os danos materiais também foram significativos, havendo destruição completa da sala de recepção da Emergência, inviabilizando por completo o atendimento por tempo indeterminado, com prejuízo para toda a comunidade regional.
Em função disso, houve necessidade de adoção de medidas urgentes de contingência, sendo que o atendimento de novos pacientes foi direcionado para a UPA e hospitais próximos.
Cabe ao HBB esclarecer que o indivíduo responsável pelo atentado, acompanhava, junto com uma mulher, o atendimento de seu filho, no Setor de Emergência.
O referido menor já havia recebido atendimento no mesmo dia na UPA e no HBB, sendo que naquele momento não se caracterizava como de urgência ou emergência.
Minutos após o indivíduo retornou ao local portando um facão e uma garrafa pet de 2 litros contendo líquido combustível, que foi lançado sobre a recepção do Setor de Emergência, em direção a uma funcionária que estava em serviço e, após, ateou fogo, causando os danos descritos acima, além de inviabilizar o atendimento no setor.
Todos os fatos encontram-se devidamente registrados pelas câmeras do sistema de vigilância interna do hospital, cujas imagens já foram entregues à Polícia Civil para apuração do crime, juntamente com a identificação do indivíduo responsável pelo ato.
Hospital Bruno Born