MANAUS (AM) – Após toda a repercussão da denúncia de maus-tratos contra o influenciador e estudante de Agronomia Agenor Tupinambá, o Ibama esclareceu, por meio de nota, que a capivara Filó estava sendo criada como um animal doméstico, como cães e gatos, e que a mesma se trata de um animal silvestre. O órgão ressaltou ainda que o influenciador estaria a explorando para as redes sociais.
O Instituto explicou que chegou até o amazonense e a capivara após a morte de um bicho-preguiça que supostamente era criado em sua fazenda. Nas redes sociais, Agenor explicou que tentou salvar o animal e que foi acusado de tê-la matado. Ele nega.
Agenor mora em Autazes, no interior do Amazonas, numa casa perto do rio e com área vasta e aberta. No entanto, segundo o Ibama, ele não tinha autorização para tratar os animais como animais domésticos.
Ainda segundo o Ibama, por meio do Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), o influenciador foi multado por “práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais”.
Para o Ibama, a exposição dos animais tabém estimula a procura por eles, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira. “A legislação brasileira não admite a hipótese de regularizar junto aos órgãos ambientais um animal adquirido ou mantido sem autorização. Quem possui animal silvestre em situação irregular pode realizar entrega voluntária ao órgão ambiental competente para evitar penalidades previstas na legislação”, diz trecho do comunicado.
A capivara e ainda um papagaio devem ser entregues ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Manaus. As multas aplicadas totalizam R$ 17.030,00 e Agenor disse que vai recorrer da decisão.
Apoio
Alguns políticos da causa animal e o biólogo e apresentador brasileiro Richard Rasmussen saíram em defesa de Agenor em suas redes sociais. O prefeito de Autazes, Andreson Cavalcante (PSC), onde Agenor vive, também demonstrou apoio.