SÃO PAULO | Uma mulher de 82 anos foi resgatada da residência de uma médica e de um empresário em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo (SP), após ser mantida em regime análogo à escravidão por 27 anos.
As informações são do g1.
O inquérito civil foi instaurado após o recebimento de uma denúncia anônima.
De acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (7) pelo Ministério Público do Trabalho, a empregada doméstica não teve acesso a salário nem folga por quase três décadas.
Na sexta-feira (2), a Justiça bloqueou R$ 815,3 mil em bens dos ex-patrões, que serão transferidos para a mulher, para reparar os abusos praticados pelos empregadores.
Ainda de acordo com o MPT, a idosa, uma mulher negra e analfabeta, achava que a patroa estava juntando dinheiro para que ela pudesse realizar o sonho de comprar a casa própria.
No entanto, provas obtidas pelo MPT indicam que os patrões deixaram de pagar os salários, com a justificativa de que estariam “guardando dinheiro para ela”.
Em depoimento, a vítima contou que os patrões enviaram aproximadamente R$ 100 todos os meses ao seu irmão, que mora no interior.
A idosa é inscrita no Benefício Previdenciário Continuado (BCP), mas a médica impedia que a empregada tivesse acesso ao cartão de saque, segundo o MPT.
A vítima foi encaminhada à Defensoria Pública da União (DPU). O casal pode ser incluído na chamada “lista suja” do trabalho escravo, cadastro que reúne empregadores que submeteram os empregados a condições análogas à escravidão.