Mato Grosso| O que pode ser um pesadelo para muitas mulheres, se tornou realidade para uma jovem de Mato Grosso do Sul. Débora Julião Martins, de 23 anos, soube que estava grávida de 39 semanas, horas antes do parto. Apesar de não ter feito acompanhamento médico, mãe e filho passam bem.
Em entrevista ao portal R7, a jovem contou que foi ao hospital por conta de dores, que depois entendeu serem as contrações.
A jovem, que hoje está desempregada, foi até uma loja no dia do seu aniversário para comprar roupas novas, mas percebeu no provador que não conseguia encolher a barriga enquanto provava os looks. Ela experimentou uma saia que não fechava e percebeu que sua barriga estava muito dura.
“Comecei a sentir as contrações, mas eu não sabia o que era, achei que era cólica [menstrual], então passei em uma farmácia e comprei absorvente e fui para casa. ”
“Cheguei por volta das 15h30 e fiquei com dores muito fortes até umas 23h. Aí vi uma coisa meio gelatinosa e vermelha que saiu de mim, fiquei com medo de ser câncer ou tumor, já que eu fumava e bebia. Foi quando eu fui para o posto [de saúde]”, lembra.
Os médicos perguntaram para Débora se existia a possibilidade de ela estar grávida e ela disse que não. “Inclusive perguntaram quando tinha sido minha última menstruação e eu disse que foi naquele dia mesmo. ”
As dores se intensificaram e ela recebeu tratamento para infecção. “Eu estava gritando muito de dor e eles me deram morfina.” Foi quando Débora fez um teste de gravidez de farmácia, que deu positivo.
“Vou ser sincera, eu fiquei aliviada quando vi o teste, achei que era uma doença séria”, afirma. Ela voltou para casa e no seguinte foi até a maternidade fazer o primeiro ultrassom. Mas antes de realizar o exame a enfermeira verificou que ela estava com 4 cm de dilatação.
Débora começou a andar para aumentar a dilatação enquanto esperava por um obstetra. Assim que o médico chegou, foi refeito o exame de toque e a jovem imediatamente encaminhada para a sala de parto.
“Na hora que eu vi ele [filho], fiquei muito assustada. É muita coisa para assimilar. Eu olhei para ele e não acreditava que tinha saído de mim mesmo, só quando colocaram para mamar que caiu a ficha e eu comecei a pedir desculpa para ele.”
Débora conta que por não saber que estava grávida, não fez o acompanhamento necessário e manteve práticas que poderiam prejudicar o bebê. “Eu bebi, fumei, e até fui para uma rave nesse tempo. Eu poderia ter tido um aborto ou qualquer outra coisa.”
Segundo o obstetra Daniel Pires, que deu a entrada de Débora na maternidade Candido Mariano, o principal risco de gestações sem acompanhamento pré-natal é o nascimento prematuro.
Segundo Débora, o bebê nasceu com 2,7kg. Ela afirma que não percebeu a irregularidade na menstruação, pois seu ciclo é desregulado devido aos ovários policísticos.
“Eu nunca senti ele mexer, nem vontade de grávida, nem enjoo. Eu, inclusive, emagreci, estava fazendo dieta e emagreci 6 kg. A única coisa que eu senti foi muito sono”, afirma.
Apesar do susto, Débora conta que está feliz com o presente de aniversário, o filho Téo, e aconselha: “Eu vejo muita gente com medo, eu sei que eu vou ter muita responsabilidade, mas não precisa ter tanto medo assim. É um filho, não uma doença”.