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Jovem morto na Djalma Batista postou vídeo da passarela minutos antes e fez desabafo em rede social

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MANAUS – AM | O jovem morto na passarela em frente ao Amazonas Shopping, da Djalma Batista, na noite desta quarta-feira (27), em Manaus, foi identificado como João Paulo. Ele postou em seu Instagram o momento em que chegava à passarela, dentro de um ônibus, minutos antes de cometer suicídio.

No fundo do vídeo, ele acrescentou um trecho da música I’ll never smile again, do The Ink Spots. Na tradução, quer dizer “Eu nunca vou sorrir de novo”.

Em suas redes sociais, o estudante já demonstrava indícios de depressão há meses, com mensagens de desabafo, tristeza e vontade de tirar a própria vida. Algumas das mensagens foram publicadas horas antes da tragédia. O jovem também disse ter procurado ajuda através do 188 (serviço criado para suporte e ajuda a pessoas com problemas de depressão), mas ficou insatisfeito com o atendimento.

Luiz Paulo se jogou da passarela, com um capuz cobrindo seu rosto. Motoristas e passageiros que trafegavam pelo local registraram a cena e muitos disseram estar aterrorizados com o que viram. As fotos, que já circulam pelas redes sociais, não serão publicadas aqui em respeito à família e à vítima.

O caso de João Paulo não é um caso isolado e aumenta ainda mais a preocupação relacionada à fragilidade do psicológico dos jovens atualmente. É importante sempre lembrar que depressão é uma doença que precisa ser tratada. A pessoa que possui esse transtorno precisa ser acolhida, amparada, ouvida e, principalmente respeitada.

FIQUE ATENTO AOS SINAIS DA DEPRESSÃO

  1. Humor depressivo: sensação de tristeza, auto desvalorização e sentimento de culpa. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Muitos se mostram mais apáticos do que tristes, referindo “sentimento de falta de sentimento”. Julgam-se um peso para os familiares e amigos, invocam a morte como forma de alívio para si e familiares. Fazem avaliação negativa acerca de si mesmo, do mundo e do futuro Percebem as dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de por fim a um estado penoso. Os pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar morto até planos detalhados de se matar. Esses pensamentos devem ser sistematicamente investigados;
  2. Preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento, falta de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa;
  3. Insônia ou sonolência. A insônia geralmente é intermediária ou terminal. A sonolência está mais associada à depressão chamada Atípica;
  4. Apetite: geralmente diminuído, podendo ocorrer em algumas formas de depressão aumento do apetite, com maior interesse por carboidratos e doces;
  5. Dores e sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia, sudorese.

COMO AJUDAR

1 – Ouça com atenção e acolha

Ouvir o que a pessoa tem a dizer é uma das melhores formas de ajudá-la. Olhe nos olhos, preste atenção e leve em consideração o que ela está dizendo. Não desmereça a sua condição. Exerça a empatia e ofereça o seu suporte e acolhimento, sem julgamentos.

2 – Estimule-a a procurar ajuda profissional

As suas intenções poderão ser as melhores, mas elas não substituirão o tratamento de um profissional. Uma das formas de estimular quem está em depressão a ir ao médico é procurar um bom profissional e se oferecer para marcar a consulta. Além disso, sugira acompanhá-lo.

Pessoas muito sozinhas estão mais suscetíveis a sofrer com a doença até que se agrave. Já quem tem bons amigos ou familiares próximos pode contar com essa ajuda para buscar tratamento.

3 – Desencoraje o consumo de álcool e drogas

Álcool e drogas são válvulas de escape para quem tem depressão. Porém, são muito perigosas, pois podem piorar o quadro pelo seu efeito depressor. Portanto, você pode convidar o seu amigo para socializar e se distrair, mas não o estimule a beber ou a usar qualquer tipo de droga

5 – Incentive a socialização

Quando a pessoa em tratamento estiver se sentindo mais forte ou disposta, você pode tentar animá-la a sair de casa e a socializar com outras pessoas. No começo provavelmente será difícil e ela irá relutar. Mas não desista e muito menos leve as negativas para o lado pessoal. Continue convidando para passeios ou atividade sociais, uma de cada vez, até que uma hora ela vai dizer sim.

6 – Reforce o fato de que a depressão é uma doença que tem tratamento

A depressão não é um transtorno simples, que pode ser superada sem ajuda. Mas é completamente tratável. No início do tratamento, há um período de adaptação e pode ser difícil enxergar um horizonte. Mas é importante lembrar a pessoa deprimida de que, na grande maioria dos casos, o tratamento funciona. Ou seja, uma hora ela vai se sentir melhor.

7 – Não ignore comentários suicidas

Existe uma ideia muito difundida no Brasil que diz que “quem vai se matar não avisa ou tenta, apenas se mata”. Isso é completamente falso. De acordo com Luiz Scocca, metade das pessoas que tentam se suicidar realmente conseguem. Além disso, 35% das tentativas malsucedidas são realizadas de novo dentro de um ano.

Portanto, nunca ignore um comentário sobre suicídio. Pelo contrário, leve-o a sério. Nesse caso, o que você pode fazer é conversar com a pessoa sobre isso e estimulá-la a procurar ajuda profissional o quanto antes. Avisar o terapeuta ou o psiquiatra responsável pelo caso também é uma saída.

Além de nunca ignorar um comentário suicida, não atrapalhe o andamento do tratamento. Isso significa não insistir em concepções falsas sobre a depressão, como a ideia de que é frescura ou uma tristeza passageira. Negar a existência da doença também é perigoso, assim como refutar automaticamente um comentário sobre suicídio.

Expressoam:

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