MANAUS (AM) – O Juiz de Direito Rosberg de Souza Crozara, da 2.ª Vara de Crimes contra a Dignidade Sexual e de Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes da Comarca de Manaus, recebeu denúncias oferecidas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) contra dois homens identificados como Victor Igor dos Santos, 21 anos, e Rodrigo Wenderson Nunes, de 31 anos, presos na “Operação Carimbadores”, deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Amazonas no dia 10 de maio deste ano.
Segundo denúncia do Ministério Público, o inquérito policial apresenta impressões (prints) de trocas de mensagens que apontam que os dois indivíduos adquiriram e compartilharam fotos e vídeos de crianças em cenas de estupro de vulnerável, bem como admitem a prática de relações sexuais desprotegidas com o objetivo de transmitir o vírus HIV/Aids, com o qual vivem.
Na decisão em que recebeu a denúncia do MP, o magistrado também manteve a prisão preventiva dos acusados.
A partir de agora a 2.ª Vara de Crimes contra a Dignidade Sexual e de Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes vai citar os acusados e pautar a audiência de instrução, fase em que ouvirá as testemunhas, interrogará os réus e, posteriormente, proferirá a sentença na Ação Penal.
O caso
Os dois foram presos durante a operação “Carimbadores”, deflagrada pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) no dia 10 de maio deste ano. Segundo a polícia, eles tinham como objetivo transmitir o vírus a crianças e adolescentes durante abusos sexuais.
A delegada Joyce Coelho, que na época era titular da Depca, relatou que as investigações em torno do caso iniciaram quando uma pessoa fez denúncia de forma anônima, informando que uma assistência técnica em Manaus havia tido acesso a um aparelho celular contendo mensagens de cunho pornográfico infantil.
“O denunciante teve acesso a diálogos entre dois homens que discutiam sobre os supostos estupros e também sobre serem pessoas vivendo com o HIV. Dessa forma, eles intencionalmente cometiam esses abusos com o objetivo de transmitir o vírus”, explicou a delegada.
Conforme a autoridade policial, na época, a investigação não foi concluída, tendo em vista que a polícia não conseguiu apreender o aparelho celular e só teve acesso às capturas de tela feitas pelo denunciante. No entanto, em dezembro de 2023, foram iniciadas novas diligências após ato requisitório do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) com informações recebidas por meio da Polícia Federal (PF).
*Com informações da assessoria