Manaus – Ao decidir pela soltura de um preso em Belo Horizonte, o juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, resolver protestar contra o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Enquanto os bandidos deste País, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na Democracia”, escreveu Tomaz em sua decisão.
No despacho, o juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais, justificou sua decisão dizendo que o impeachment sofrido pela presidente Dilma Rousseff teria sido uma farsa e que os responsáveis pelo ato é que deveriam estar presos.
Em nota, o juiz informa que naquele plantão expediu três decisões de soltura de presos e que entre eles estava José Cleuto.
Confira:
O camelô de 44 anos disse que não se incomodou com a justificativa no despacho expedido pelo juiz e que concorda com o que foi escrito. “Acho que foi uma declaração muito justa”.
José Cleuto conta que considera a pressão sobre os camelôs um desperdício dos esforços das autoridades. “A gente tava trabalhando, não tava roubando, nem fazendo nada de errado. Estávamos trabalhando honestamente pra trazer o pão pra casa”.
O vendedor conta que trabalhou durante 14 anos como estoquista de loja e mais cinco como garçom. Entretanto, devido a um acidente de moto, no qual quebrou o fêmur, ganhou algumas sequelas que dificultaram sua condição para que trabalhasse de pé ou carregando peso. “Não tenho condições de trabalhar como antes”.
Assim, o trabalho nas ruas não teria sido uma escolha e, sim, uma necessidade. Ele justifica que devido a falta de estudo e a idade atual também teria mais dificuldades para conseguir emprego. “No Brasil, quando a gente tem idade avançada, fica mais difícil arrumar emprego, ainda mais quando não tem estudo”.