São Paulo – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) pode ser alvo de uma investigação em razão doteor da delação premiada feita pelo senador e ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Nela, o parlamentar que chegou a ser preso na Operação Lava Jato afirmou que Aécio recebia vantagens ilícitas desviadas da diretoria de engenharia de Furnas. Além disso, Delcídio relatou que Aécio atuou para maquiar as contas do Banco Rural durante CPI Mista dos Correios.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) estuda pedir a abertura de inquérito junto ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar a participação de Aécio. Segundo apurações dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, os investigadores acreditam que há indícios suficientes para que o tucano seja alvo de investigação – a citação no caso da CPI é considerada mais grave.
Delcídio, que presidiu a CPI dos Correios em 2005, afirmou que “segurou a barra” para não virem à tona informações sobre a movimentação financeira de empresas de Marcos Valério que atingiam o tucano e seus aliados. Além disso, o senador petista disse ter ouvido que Aécio possui conta bancária no paraíso fiscal de Liechtenstein. A revista Época traz reportagem nesta quarta-feira (16) com documentos sobre essa conta, expondo ainda que o caso foi arquivado em 2007 sem sequer ter sido apurado integralmente.
O grupo de trabalho ligado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve se debruçar nos próximos dias sobre a delação do senador para definir quais fatos têm indícios suficientes para gerar pedidos de abertura de inquérito ao Supremo. Eles devem aguardar a chegada de Janot, em viagem internacional na Suíça nesta semana, para definições cruciais sobre o rumo da investigação. “Se houver um indício a gente vai abrir investigação, independente de quem seja”, disse Janot ao jornal O Estado de S. Paulo, diretamente de Paris.
Em nota, o presidente do PSDB afirmou que as citações feitas pelo ex-líder do governo no Senado ao seu nome são “todas elas falsas”. Segundo o tucano, as menções são “mentiras” que não se sustentam na realidade e se referem apenas a “ouvi dizer” de terceiros. O tucano rebateu cada um dos três pontos em que Delcídio o citou.
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