São Paulo – SP| O jornalista Ullisses Campbell, faz um relato do assassinato do casal Marísia e Manfred Albert von Richthofen no livro “Suzane Assassina e Manipuladora” que chega a arrepiar. O crime que marcou a história recente da crônica policial paulistana pela crueldade do ataque, a filha do casal, Suzane, foi condenada a 39 anos de prisão por planejar e ajudar a executar o macabro plano de matar o pai e a mãe a pauladas em outubro de 2002.
A obra será lançada pela Matrix Editora no dia 23, em São Paulo, foi liberada para publicação por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de 18 de dezembro. O ministro negou censura prévia ao livro, pedida pela condenada, e cassou decisão da Justiça que impedia a chegada do livro às livrarias.
“Houve manifesta restrição à liberdade de expressão”, escreveu o ministro do Supremo, cassando a proibição determinada em novembro. “A democracia não existirá e a livre participação política não florescerá onde a liberdade de expressão for ceifada”, justificou Moraes na sentença.
Em dez capítulos, o livro de Campbell dá detalhes do início do namoro, das relações familiares daqueles dias e do planejamento das mortes. Reconstrói também os momentos chocantes da noite do crime e relata com minúcias os minutos de terror, desvendados pela investigação e pelas confissões, além de mostrar como os três condenados pela brutalidade viveram os últimos anos na cadeia.
Segundo o livro, a assassina planeja casar-se e morar em Angatuba, no interior paulista. Procurada diversas vezes pelo autor, a última em abril, negou-se a dar entrevistas sobre o crime. Depois tentou impedir a publicação da obra recorrendo à Justiça, o que exigiu o recurso ao STF para garantir a publicação.
Campbell, que fez reportagens sobre o caso para a revista Veja, conta ainda na obra que Suzane já foi submetida por pelo menos três vezes – a última delas em 2018 – a uma avaliação psiquiátrica pelo Teste de Rorschach, que analisa personalidade, validado pelo Conselho Federal de Psicologia e que “já foi obrigatório na admissão de delegados da Polícia Federal”. Foi reprovada em todos os testes.
De acordo com o autor, Suzane falou com ele em pelo menos quatro oportunidades, mas não quis dar entrevistas. Nas conversas, porém, tentava identificar o conteúdo apurado, pedia detalhes e terminava por esclarecer fatos da narrativa.
“Suzane Assassina e Manipuladora”
Editora: Matrix (280 págs., R$ 57)
Lançamento: Dia 23/1, 18h30, Livraria Cultura (Av. Paulista, 2.073)