São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (10) que se considera alvo de um “pacto quase diabólico” entre o juiz Sergio Moro, a imprensa, a Polícia Federal e o Ministério Público.
“Há um pacto quase diabólico da imprensa, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Moro contra mim”, declarou Lula durante ato em São Paulo convocado por intelectuais e líderes de movimentos políticos, sindicais e sociais.
O ato “Por um Brasil justo para todos e pra Lula”, realizado na Casa de Portugal no centro de São Paulo, contou com a presença de correligionários políticos do ex-presidente, atores, escritores, artistas e intelectuais que defendem sua inocência.
“Não me sinto confortável participando de um ato em minha defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de acusação à força-tarefa da Lava Jato, que está mentindo para a sociedade brasileira”, declarou o petista no início de seu discurso.
“Eu quero que eles apresentem uma prova concreta. Não aceito a ideia que a convicção vale como prova”, acrescentou Lula, que mais uma vez reiterou sua inocência: “Não cometi nenhum crime antes, durante ou depois de ser presidente da República”.
O ex-governante comentou ainda que teria preferido que o ato fosse “menos personalizado” em sua “figura” e se centrasse “mais no nome da democracia, da justiça e dos estudantes que defendem o direito de uma escola livre”.
Graças à democracia, segundo Lula, “um índio cocaleiro na Bolívia (Evo Morales), um sindicalista e uma ex-guerrilheira (Dilma Rousseff) no Brasil puderam chegar à Presidência”.
“Nosso encontro de hoje pode ser resumido em uma única palavra: democracia. Muitas vidas foram sacrificadas até a Constituição de 1988. Nessas três décadas (de ditadura militar), passamos a compreender o valor da democracia”, destacou Lula.