PRAIA GRANDE (SP) – Um garoto de 8 anos foi vítima de discriminação racial, injúria e ameaça cometida por outras crianças, dentro do conjunto habitacional onde mora, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Por causa do episódio, a mãe disse que o filho está traumatizado e apresentou sinais de gagueira.
O caso foi registrado na Delegacia de Crimes de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e aconteceu na última sexta-feira (18). A mãe do pequeno conta que seu filho apresentou mudanças nítidas logo após o episódio. “Ele não está bem, não quer comer, não quer brincar e chora o tempo todo. Ele sempre falou tudo certinho, mas ficou totalmente gago”, revela.
Ela compartilha que teme quanto ao futuro e desenvolvimento do filho, porque, mesmo uma semana após caso, ele continua com comportamento “de estado de choque” e introvertido.
No dia do episódio, Davi desceu para a área comum do conjunto habitacional onde mora, para brincar com outras crianças.
No entanto, ao se aproximar do grupo, o pequeno foi vítima de preconceito racial por outras crianças e adolescentes que lá estavam.
Conforme aponta o boletim de ocorrência, um adolescente de 12 anos teria afirmado que o Davi não poderia estar ali devido à sua “cor de pele preta”. O mesmo adolescente teria dito que chegaria até as vias de fato, caso a criança permanecesse ali.
O registro ainda aponta que uma menina de 10 anos ofendeu a vítima o chamando de “macaco, negro, horroroso e nojento”. E que um menino também de 10 anos disse para o Davi que ele aquele condomínio não é lugar para ele morar, “por causa da cor da sua pele preta”.