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Mãe se nega a enterrar filha declarada morta

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Maceió – O exame de necropsia feito pelo Instituto de Medicina Legal de Alagoas (IML) nesta terça-feira (14) comprovou a morte de Débora Isis Mendes de Gouveia, 18. A mãe dela se recusava a enterrá-la por acreditar que a filha ainda estivesse viva, mesmo com a certidão de óbito emitida no domingo (12).

A necropsia realizada na jovem consistiu em um procedimento de observação técnica que não necessita abrir o corpo para atestar a morte. As informações são do G1.

O caso ocorreu em Rio Largo, na região Metropolitana de Maceió. A mãe de Débora, Teresa Cristina Mendes, 48, afirmava que a filha sofria de catalepsia, fenômeno que deixa a pessoa em um estado que pode ser confundido com a morte. A certidão de óbito emitida no domingo atestava infecção renal; o IML não divulgou a causa.

Antes do resultado oficial, Teresa disse à reportagem do G1 que aceitaria se o IML atestasse a morte. Depois de saber o resultado oficialmente, ela chorou. “Foram muitas coisas, se tivesse tratado logo, não teria comprometido a infecção”, lamentou.

De acordo com um outro filho de Teresa, irmão da jovem, o enterro vai ser na manhã de quarta (15), no Cemitério da Cachoeira, na cidade de Rio Largo.

Segundo a assessoria do IML, a necropsia confirmou que ela estava morta desde domingo, dia em que foi emitida a certidão de óbito. As causas da morte ainda estão sendo investigadas e vão constar em um laudo conclusivo que deve sair em até 10 dias úteis.

Corpo de jovem foi preparado para sepultamento em Rio Largo, AL, mas família se negou a realizar o enterro (Foto: Suely Melo/G1)

A causa da morte já havia sido atestada antes. Débora deu entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) no dia 6 de novembro com infecção urinária. O problema de saúde se agravou e ela teve uma infecção nos rins e precisou ser transferida.

No dia 8 de novembro, ela deu entrada em um hospital particular. No dia 12, às 14h10, a jovem foi dada como morta.

Sobre a suspeita de catalepsia, o médico legista Kleber Santana explicou ao G1 que o caso é raro, mas que a possibilidade de alguém neste estado ser declarado equivocadamente como morto é pequena.

Documento do IML atesta morte da jovem Débora Isis Mendes de Gouveia após corpo ser submetido a exames (Foto: George Arroxelas/G1)

“A catalepsia se manifesta quando o organismo entra no nível basal, de consumo mínimo de energia. A pessoa diminui a quantidade de batimentos cardíacos, de impulsões respiratórias. Ele apresenta sinais vitais, mas são mínimos, e assim ficam imperceptíveis ao tato, à audição. São esses sentidos que a gente utiliza para dar um diagnóstico imediato”, informou Santana.

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