MANAUS – AM | Aqueles tempos de filas de ambulâncias e agonia nas unidades de Saúde ficaram para trás. Com a estabilização das internações por Covid-19 na rede de urgência emergência de Manaus e o aumento da demanda de atendimentos não-Covid, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) começou a converter leitos nos prontos-socorros da capital – Hospital e pronto-socorro (HPS) 28 de Agosto, Platão Araújo e João Lúcio Machado. Isso não quer dizer que os cuidados devem ser abandonados. A meta agora é manter essse nível estável e controlar para que a pandemia não volte a agravar.
As unidades já atendem, em sua maior parte, pacientes de causas externas – traumatismos, lesões ou quaisquer outros agravos à saúde relacionadas à violência ou outra causa, como acidentes de trânsito, agressões, ferimentos por arma de fogo e por arma branca, quedas, entre outros.
A rede de urgência e emergência é composta pelos prontos-socorros adultos e infantis e pelos Serviços de Pronto Atendimento (SPA) e UPA 24h. Essas unidades continuam de portas abertas, com a manutenção das salas rosas para pacientes com Covid-19, mas conforme o fluxo estabelecido, os pacientes devem ser estabilizados e encaminhados para os hospitais de referência Delphina Aziz e Nilton Lins.
Os hospitais Getúlio Vargas (HUGV) e Geraldo da Rocha são unidades de retaguarda da rede de urgência e emergência para não-covid. O HUGV permanece híbrido, com pacientes Covid e não-Covid. Conforme o secretário-executivo de Assistência da Capital, Jani Kenta Iwata, diante da redução de demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e por leitos clínicos de Covid, observou-se que outras causas de internação, que estavam ocultas, começaram a aparecer fortemente nas unidades de saúde.
“A Covid continua, mas temos observado outras ‘ondas’ aparecendo, que são as causas externas, como os acidentes e as condições crônicas, como hipertensão, diabetes, AVC, infarto, derrame. Diante disso, estamos convertendo leitos que eram Covid-19 para não-Covid. Os HPS 28 de Agosto, Platão Araújo e João Lucio voltam à configuração não-Covid”, afirmou.
No HPS 28 de Agosto as maiores demandas não-Covid, hoje, são por atendimentos ortopédicos, vasculares e cirúrgicos. No HPS João Lúcio as maiores demandas não-Covid são por atendimento de pacientes diabéticos, hipertensos descompensados e infartados.
No HPS Platão Araújo, o fluxo de atendimento não-Covid, de pacientes acometidos por outras patologias, aumentou bastante. São pacientes com comorbidades crônicas, que passaram muito tempo em casa sem atendimento ambulatorial e que, por isso, tiveram agravamento, a exemplo do pé diabético; pacientes ortopédicos por conta do aumento de acidentes de trânsito; pacientes cirúrgicos em geral; e cardiopatas; somado aos pacientes clínicos em tratamentos de sequelas pós-Covid.