Manaus – O Amazonas e o estado que lidera os rankings de novos casos e mortalidade por aids com recordes lamentáveis. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Estado apresenta a primeira maior taxa de detecção de aids no país, com 39,2 casos para cada 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional (19,7 casos por 100 mil). Em 2014, Manaus foi a capital com a maior taxa de detecção: 94,2 casos por 100 mil habitantes, quase cinco vezes superior à taxa brasileira.
Quanto aos óbitos por aids, os últimos anos vêm mostrando uma tendência de queda, mas os números ainda são altos: o Amazonas tem 10,6 mortes para cada 100 mil habitantes, e Manaus, 28,3, quase cinco vezes acima do coeficiente nacional (5,7).
O governo também anunciou que começa a estudar a ampliação da profilaxia contra a doença na rede básica de saúde. A meta é oferecer medicamento de prevenção, que deve ser tomado em 72 horas após a provável exposição ao HIV.
Ao longo dos 35 anos da epidemia mundial, o perfil dos pacientes foi mudando. No começo, as principais vítimas eram homens que faziam sexo com homens, hemofílicos e usuários de drogas injetáveis que compartilhavam agulhas.
Depois o vírus passou a atingir mais fortemente as parceiras dos homens contaminados. Com o tempo, houve uma heterossexualização, aumentando progressivamente o número de mulheres infectadas, e hoje é marcante a característica da vulnerabilidade: são as populações carentes e socialmente excluídas as mais suscetíveis à infecção por HIV, porque não se previnem de forma adequada, e à morte por aids, por não aderirem ao tratamento. As campanhas de prevenção, e mesmo as terapias, não conseguem alcançar esses grupos.