Manaus – Três mil trabalhadores do transporte público, entre motoristas e cobradores, paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira (17), por volta das 8h30, durante protesto por melhores condições de segurança no dia a dia dos serviços que são ofertados à sociedade. Na ocasião, os profissionais estacionaram os ônibus no Terminal de Integração (T1), na Constantino Nery, Centro de Manaus, e em frente à sede do Palácio do Governo, na avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste.
Josildo Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus (STTRM) informou que o ato estava previsto desde a noite do último domingo (13), quando Feitosa de Amorim Félix, 41, motorista da linha 093 da empresa Global Transportes, foi assassinado a facadas durante tentativa de assalto ao ônibus que estava trabalhando. O crime aconteceu no conjunto Castanheiras, bairro Zumbi dos Palmares, Zona Leste.
“Hoje são apenas três mil trabalhadores. No próximo, nós vamos paralisar totalmente o transporte público. Serão mais de nove mil profissionais na manifestação. Estamos reivindicando um direito que é garantido por lei a todos os cidadãos que é a segurança. Manaus está entregue aos bandidos. Todos os dias os trabalhadores estão ameaçados de não voltar para os seus respectivos lares”, frisou Oliveira.
Ainda segundo o presidente do STTRM, toda semana haverá um protesto até que o governo do estado realiza ações para conter a criminalidade “que assusta todos os dias os trabalhadores do transporte público”.
“Inclusive, vamos nos juntar a outras categorias de trabalhadores como, por exemplo, taxistas. A sociedade civil também estará presente, principalmente familiares de vítimas desses constantes assaltos e roubos”, revelou.
Na avenida Constantino Nery (sentido bairro/Centro), motoristas insatisfeitos com a lentidão no trânsito optaram por desviar o caminho subindo no canteiro central e entrando na via oposta. A medida, considerada infração de trânsito, foi adotada como única solução encontrada pelos condutores que queriam evitar atrasos em compromissos.
Por volta das 10h45, os veículos do transporte público voltaram a circular normalmente na região central da cidade. A operacionalização do sistema também normalizou em frente à sede do governo no mesmo período.
A normalização do trânsito contou com o apoio de 60 agentes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans). O órgão, logo no início da manifestação, montou postos de serviço onde havia concentração de manifestantes e obstrução à fluidez (na ponte que liga os bairros Aparecida e São Raimundo; nas avenidas Brasil e Constantino Nery).
Os agentes, além de monitorarem o trânsito, orientaram os motoristas sobre os acessos ao Centro da cidade, com desvios às vias obstruídas pela manifestação.
A reportagem tentou contato, por telefone, com a assessoria de comunicação do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), mas as ligações não foram atendidas. No início da tarde, o órgão enviou nota informando que a justiça será comunicada sobre paralisação irregular de rodoviários que, segundo o sindicato, prejudicou mais de 250 mil pessoas.
De acordo com o diretor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, as empresas e nem a população foram comunicados sobre a paralisação. Além disso, os rodoviários desobedeceram a liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que indicava uma multa de R$ 50 mil aos sindicalistas caso houvesse paralisação.
“Mais uma vez não fomos comunicados sobre essa paralisação. Já há uma liminar em vigor e vamos comunicar a justiça sobre o descumprimento dela. As pessoas não podem ser penalizadas pelo ato dos sindicalistas e os mesmos não serem punidos”, destacou Borges.
Com informações Portal Em Tempo.