São Paulo – A ex-senadora Marina Silva (Rede), que foi candidata a presidente da República em 2010 e em 2014, negou que tenha recebido recursos da construtora OAS por meio de “caixa dois” na primeira campanha presidencial dela. Na visita ao Espírito Santo, Marina falou com a imprensa após ter a campanha dela apontada como receptora dos recursos ilegais.
“Não se tem a materialização dessa história. Uma acusação que é uma injustiça muito grande, minha campanha não tem um centavo de caixa dois”, afirmou.
Marina disse ter tomado a “decisão de dar todas as explicações que a sociedade precisa ao apostar no trabalho da polícia, do Ministério Público”. Ela teria sido citada como beneficiária pelo ex-presidente da OAS Léo Pinheiro no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. A líder da Rede classificou a acusação de “uma agressão sem tamanho”.
Marina defendeu no “Roda Viva” a convocação de novas eleições, por meio da cassação da chapa Dilma Rousseff (PT)-Michel Temer (PMDB) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para ela, o impeachment não tem o poder de apaziguar o país: “Ele alcança a legalidade, porque não é golpe, mas não alcança uma solução, uma finalidade”, afirmou. Marina justificou seu pensamento dizendo que PT e PMDB praticaram juntos os atos que conduziram o país à condição difícil atual.
Marina disse que o TSE tem a chance de “devolver aos 200 milhões de brasileiros a possibilidade de repactuar a sociedade”. Afirmando que não sabe se será candidata pela terceira vez à Presidência, frisou a necessidade da participação popular: “O Brasil não precisa de plano de fuga, mas de voo traçado pelos brasileiros”. Apontou também como problema o fato de passarmos de um atalho para o outro, de soluções provisórias, e que esses atalhos estão “nos levando para o abismo”.
Para ela, o mais importante agora é debater o país: “Estamos nessa situação porque as pessoas só pensam na eleição”.
Sobre o governo do presidente interino Michel Temer, ela foi menos contundente: “Parece que o governo interino convive com uma contradição do lado econômico e político. A gente tem uma equipe econômica tentando governar e o presidente Temer tentando se explicar na grave crise política que estamos vivendo.”
[impulsosocial] [impulsosocial_popup]