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Médico preso na ‘Maus Caminhos’ é investigado por associação ao tráfico

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Manaus – O empresário e médico Mouhamad Moustafa foi ouvido pela Justiça do Amazonas nesta quinta-feira (06), por volta das 15h30, na 4ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute). O processo apura o envolvimento dele com os crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. Moustafa também é acusado de desvio de verbas públicas referentes à saúde no processo que tramita na Justiça Federal. As informações são do Portal Acrítica.

O médico foi interrogado pela juíza Lídia de Abreu Carvalho Frota. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Moustafa negou o tráfico de entorpecentes e disse que as drogas encontradas eram para uso pessoal. Informações sobre a posse ilegal de arma de fogo não foram informadas.

Na esfera federal, Moustafa está sendo acusado de ser o líder de um esquema de desvio de verba da saúde pública do Estado do Amazonas. Ele foi revelado em 20 de setembro de 2016 na operação intitulada “Maus Caminhos”, deflagrada pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e Receita Federal (RF).

Patrimônio de médico aumentou 35 vezes em quatro anos

Mouhamad Moustafa aumentou em 35 vezes o patrimônio dele durante quatro anos em que, segundo a Polícia Federal, comandou um esquema de desvio de verbas da Saúde no Amazonas. Em 2011, o médico, apontado como chefe da organização criminosa, possuía R$ 400 mil de patrimônio, e em 2015 o número chegou a R$ 14.111.779,72. O dinheiro era usado para adquirir bens de alto padrão, como avião a jato, veículos importados e imóveis caros.

Começo da ‘Maus Caminhos’

A investigação teve início em análise da CGU sobre concentração atípica de repasses do Fundo Estadual de Saúde à organização social Instituto Novos Caminhos (INC). Em dois anos, a entidade recebeu mais de R$ 276 milhões para administrar duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em Manaus e Tabatinga, e um centro de reabilitação para dependentes químicos, no município de Rio Preto da Eva, distante a 80 quilômetros da capital amazonense.

De acordo com as investigações, o montante de dinheiro destinado às unidades administradas pelo INC eram superior ao do próprio Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto, que tem uma capacidade muito maior de atendimento. “O 28 de Agosto tem, sozinho, oito vezes mais leitos que as duas unidades médicas e hospitalares. No entanto, recebeu menos da metade dos recursos destinados a essas duas unidades”, exemplificou o superintendente Marcelo Rezende.

Segundo a CGU, todas as empresas investigadas são comandadas direta ou indiretamente pelo médico e empresário Mouhamad Moustafa. Para o coordenador da operação, delegado Alexandre Teixeira, o dinheiro desviado serviu para manter o padrão de vida elevado do chefe da organização.

“Estes recursos públicos foram destinados a sustentar uma vida de luxo e ostentação de um profissional que deveria prestar bons serviços à população, que ficou sem ter direito a serviços básicos de saúde”, afirmou.

Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisões temporárias, três mandados de condução coercitiva, 40 mandados de busca e apreensão, 24 de bloqueios de bens e 30 de sequestros de bens. As medidas aconteceram em residências e empresas nos municípios amazonenses de Manaus, Itacoatiara e Tabatinga, além das capitais Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e São Paulo.

Expressoam:

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