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    Categories: Política

Meirelles afirma que governo quer cortar ‘bolsa empresário’ e subsídios

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São Paulo –  O déficit de mais de R$ 96 bilhões previsto para o governo central na nova meta fiscal para este ano é substancial, mas “tudo indica” que número é ainda maior, afirmou nesta sexta-feira (13/05) o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, destacando que a pasta irá levantar todos os dados das contas públicas para a seguir anunciar medidas para o reequilíbrio fiscal, incluindo cortes em despesas.

Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, Meirelles ressaltou a importância de controle dos gastos públicos, buscando que não haja crescimento real nas despesas. “Estamos trabalhando em um sistema de metas para conter esse crescimento. As contas deverão ser mantidas em termos nominais. E, portanto, é importante que essas medidas quando anunciadas e implementadas sejam mantidas lá na frente”, disse.

O ministro afirmou que um dos focos da redução de gastos será através de desonerações e corte de subsídios, que “têm valores muito superiores ao dos programas sociais”. “Vamos cortar a chamada ‘bolsa empresário’, ou seja, as desonerações, que são valores enormes que deveriam ser pagos pelas empresas”, disse. “A conta de salários do governo federal é enorme. Devemos e vamos cortar privilégios daqueles que não precisam”.

Meirelles, contudo, não descarta um possível aumento de imposto confirmando que a proposta da CPMF, por exemplo, continua em tramitação no Congresso. “Não vamos adotar uma medida precipitada antes de fazer análise completa da situação. Aí teremos claro se trajetória de divida é sustentável pelo aumento do imposto. Preferencialmente não deveria haver aumento já que a carga tributária já está alta, mas a prioridade que existe é o equilíbrio das contas públicas”, afirmou.

O ministro também afirmou que as nomeações para os bancos públicos não serão políticas. “Temos condição de ter uma administração técnica e profissional”.

Previdência

Meirelles afirmou a reforma da previdência é uma prioridade para ajudar no controle das despesas públicas. Ele defendeu a adoção de uma nova idade mínima para a aposentação e uma regra de transição com prazo equilibrado.”Não prometemos valores que não podem ser cumpridos. Despesas públicas são sempre pagas pela população, e a Previdência também”, disse Meirelles.

Ele não confirmou qual seria esta idade, mas disse que o governo estuda atualmente qual seria a regra de transição proposta para o novo sistema. “Estamos apenas estudando as regras de transição. Mas o caminho está claro. Não será uma transição nem muito longa, nem muito curta”, disse. “Quem está contribuindo no futuro vai receber aposentaria como deveria. Com o crescimento da população e da idade média dos brasileiros, o crescimento da Previdência é insustentável no longo prazo, precisamos controlar isso”, argumentou.

O ministro também afirmou que o que será proposto é baseado em extensos estudos que já vêm sendo discutidos dentro do governo há muitos anos. “Não vai ser nenhuma novidade. O que precisamos é de determinação do governo”.

Banco Central

Sobre o fato do BC perder o status de ministério no novo rearrajo do governo Temer, Meirelles afirmou que haverá uma emenda constitucional que garantirá ao presidente do banco, bem como toda sua diretoria, foro privilegiado. “A emenda garantirá a ele todas as condições que têm hoje”, disse. Até a emenda ser apresentada e aprovada, Meirelles afirmou que o presidente do BC mantém-se como ministro de Estado.

O ministro prometeu ainda anunciar o nome do próximo presidente do BC na segunda-feira (16/05). O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfjan, é o mais cotado como escolha de Meirelles para o comando da instituição.

Empregos

Meirelles fez um diagnóstico da atual situação da economia brasileira e argumentou que o desemprego crescente é consequência da recessão pela qual o país passa desde o ano passado. “Temos que fazer com que a economia volte a crescer para criar empregos. É necessário em primeiro lugar o retorno da confiança. É preciso ter confiabilidade nas contas públicas para o retorno do investimento”, avaliou.

Ex-presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles reconheceu que houve “melhorias grandes” naquela gestão, mas ressaltou que nos últimos anos – referindo-se ao governo da presidente afastada Dilma Rousseff – o desemprego aumentou e disse que isso precisa ser enfrentado. “Outro problema é crescimento da dívida pública. A situação é grave e difícil, mas todos os brasileiros estamos preparados para trabalhar muito”, completou.

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