Juazeiro do Norte- CE| Uma carta com o desenho de uma menina amordaçada foi a forma encontrada por uma criança de 10 anos para denunciar que havia sido estuprada em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, interior do Ceará. O suspeito do crime é o marido da tia, um idoso de 79 anos, que responde a um procedimento por estupro de vulnerável, será julgado pela Justiça do Ceará neste mês.
Em uma carta enviada à polícia, a estudante, que não terá a identificação revelada, descreve as cenas e pede socorro. No texto, ela conta que só percebeu que era abusada sexualmente ao pesquisar o contexto na internet.
“Comecei a ver o que era aquilo que ele fazia comigo. Passei praticamente dois anos sendo abusada por ele e mais ou menos um mês para contar tudo para a minha mãe”, relatou a criança na carta
Além do texto, a menina utilizou desenhos para externar os abusos sofridos. Em uma das figuras, ela desenhou uma menina amordaçada, impedida de falar, acompanha de palavras como “demônio”, “feia” e “psicopata”.
Em outra parte da figura, a vítima desenhou um rosto que ainda tem forças para ensaiar um sorriso, acompanhada de palavras de conforto: “meiga”, “maravilhosa”, “fofa”.
A garota relatou ainda que tentava fugir do suspeito durante os abusos sexuais, mas não conseguiu. Após anos de violência, a vítima revelou que era violentada para a mãe.
“Ele vinha para cima de mim, passava a mão em mim. Eu tentava evitar mas não conseguia”, escreveu a menina.
A mãe da menina, que também acusa o idoso de ter abusado sexualmente dela na infância, conta que passou a desconfiar do comportamento da família em março deste ano. A mulher então procurou a polícia e denunciou o suspeito.
“Foi quando ela me contou tudo que estava acontecendo com ela. Eu tenho fé que ele vai ser condenado. Eu quero que ele pague na cadeia”, diz, emocionada.
A família registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia Municipal de Juazeiro do Norte, que decretou a prisão preventiva do idoso. Porém, em setembro, por conta da idade avançada e de ter alegado problemas de saúde, a medida foi substituída por uma prisão domiciliar.