MANAUS – A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/11) a Operação Contragolpe, para desarticular organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado e morte de figuras importantes dos Poderes constituídos no Brasil.
O plano incluía matar o presidente Lula, o vice, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Os agentes da PF cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. Entre os alvos, estão quatro militares (incluindo um general da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro) e um policial federal, com ligações com os quartéis de Manaus.
MILIATARES COM ATUAÇÃO NO AMAZONAS
O presos exerciam cargos públicos. Entre eles estão o tenente coronel Hélio Ferreira Lima, que comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, demitido da função por Lula este ano.
Também foi preso o general e ex-ministro interino da Secretaria-Geral Mário Fernandes, Secretário executivo da PR. Atualmente, ele é assessor do deputado Eduardo Pazuello, ex-,ministro da Saúde de Bolsonaro que tem família e casa em Manaus.
Também foi preso o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira. Responsável por negociar com coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília.
E ainda o major Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares, presos em Brasília.
INVESTIGAÇÕES
As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).
Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos.
O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.
Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.
Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.
De acordo com a CNN os alvos da PF são:
- Hélio Ferreira Lima, integrante dos “kids pretos”, grupo treinado para atuar em missões sigilosas e em ambientes hostis e politicamente sensíveis;
- Mario Fernandes, general da reserva e ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro (PL);
- Rafael Martins de Oliveira, integrante dos “kids pretos”;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrante dos “kids pretos”;
- Wladimir Matos Soares, policial federal.