Brasília – O Ministério Público Federal no Distrito Federal abriu nesta quinta-feira uma nova investigação contra o economista Paulo Guedes, anunciado como super ministro de Jair Bolsonaro (PSL) em um eventual governo. A Operação Greenfield, responsável por apurar desvios nos principais fundos de pensão do país, suspeita que ele tenha obtido “benefícios econômicos” a partir de possíveis “crimes de gestão temerária ou fraudulenta” de investimentos de fundos de pensão. Guedes deve prestar depoimento em Brasília no dia 6 de novembro. A defesa de Paulo Guedes diz que a investigação a três dias das eleições “causa perplexidade”.
No início do mês, o MPF abriu uma investigação preliminar para investigar o conselheiro econômico de Bolsonaro. Na ação, Guedes é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Também é apurada a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias. Durante a investigação um outro caso de possível fraude foi descoberto.
A investigação foi aberta com base em relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) que apontam indícios de fraudes nos aportes feitos pelos fundos de pensão em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa de Paulo Guedes.
A Greenfield investigou, primeiramente, pagamentos de propina em fundos de pensão. Ao longo de seis anos, o economista captou ao menos 1 bilhão de reais de fundos como Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa), Postalis (Correios), além do BNDESPar, braço de investimentos do BNDES.
Defesa
Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo afirmam que a investigação se “baseia em um relatório fragilíssimo, que tratou de apenas um, dentre quatro investimentos realizados pelo fundo.”
“O relatório omite o lucro considerável que o fundo tem propiciado aos investidores e a perspectiva de lucro de mais de 50% do valor investido. Ou seja, não houve qualquer prejuízo às partes envolvidas”, afirmam os advogados.
“Causa perplexidade que, a setenta e duas horas das eleições, o Ministério Público instaure uma investigação para apurar um investimento que deu lucro aos fundos de pensão”, finalizam os defensores.
*Com informações Estadão Conteúdo / Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo