PRAIA GRANDE (SP) – Luis Gabriel Bento, de 25 anos, é o motoboy que foi enganado por uma digital influencer que lhe pagou o pedido de lanches com uma nota falsa de R$ 100, em Praia Grande, litoral de São Paulo. O rapaz disse que o caso aconteceu no dia 31 de março e que ficou ofendido.
“Me senti ofendido. Além de terem pago com dinheiro falso, tiraram sarro no Instagram. Nós, que trabalhamos nas entregas debaixo de sol quente, chuva, correndo risco de sofrer um acidente, não esperamos que alguém vá agir de má fé. E ainda por cima, ficar tirando sarro de quem está trabalhando”, disse ele.
Gabriel fez a entrega de um combo e recebeu da jovem uma nota de R$ 100. O total tinha dado R$ 95 e ele ainda levou o troco. No entanto, o dinheiro era falso. Através do perfil, a responsável pelo ato explanou o episódio, que não demorou para viralizar.
Ele explica que quem descobriu tudo foi outro motoboy, que gravou o stories da influencer e enviou num grupo. “Fui fazer as entregas, a dela era a última, mas ela colocou um endereço que ela não reside. Quando fui entregar, passei um pouco do endereço de onde a rua é, que era bem escura, por sinal, e duas garotas me viram e foram na minha direção, dizendo que o pedido era delas. Fiz a entrega normal, do jeito que sempre faço, era um dia de muita chuva, e eu, por descuido, acabei não conferindo o dinheiro, pois ninguém espera ser vítima de algo assim”, disse ele.
O motoboy também disse que as duas meninas não estavam assustadas ou apresentavam uma aparência de culpa. Com o vídeo publicado online, ele pediu que o dono do estabelecimento conferisse as notas que foram recebidas por ele, assim constatando a falsificação.
Com o ocorrido, o profissional relatou que a família da influenciadora o procurou para pagar o valor do lanche. Foi essa atitude, inclusive, que fez o profissional não registrar boletim de ocorrência.
Após o episódio ser divulgado, o procurador da República Thiago Lacerda Nobre solicitou a instauração de inquérito à Polícia Federal. De acordo com ele, os elementos já divulgados “trazem indicativos da prática de crime, porém, os dados ainda não são suficientes para firmar a opinio delicti [opinião a respeito de delito]”.
Por esse motivo, o Ministério Público Federal encaminhou o material apurado à Delegacia de Polícia Federal em Santos, para que seja instaurado um inquérito policial, com o objetivo de esclarecer a materialidade e autoria delitiva.