Manaus – Um vídeo de um show, realizado pelo cantor Mr. Catra, em Manaus, na última sexta-feira (16), mostra o artista anunciando os nomes de integrantes da facção criminosa Família do Norte (FBN) pedindo a liberdade de nomes de traficantes presos ligados à organização. “Mano L7”, “Coquinho”, “Ronny Castro” e “ZL” são algumas referências citadas.
No final, Catra ainda exalta o grupo, dizendo que “se é família, é família”, sendo completado pelos presentes, que respondem “do Norte”. É possível ver Catra lendo um papel com os nomes, dando a entender que foi pedido a ele que fizesse as referências. A gravação também mostra o autor, ou alguém que está próximo a ele, comemorando a citação.
A assessoria do cantor respondeu que os vídeos são comuns em camarins antes e depois dos shows, muitas vezes atendendo a pedidos de fãs, mas que Mr. Catra não sabia a quem estava se referindo ao citar os nomes de Ronny, Coquinho e L7, nem que FDN seria uma referência à criminalidade.
Em abril de 2016, o cantor esteve em Manaus e chegou a visitar o campo do CDC da Compensa, onde apareceu em uma foto com Luciano Barbosa, filho do presidiário José Roberto Fernandes, o “Zé Roberto da Compensa”, líder da facção.
Polícia vai investigar
Os versos de Mr. Catra devem ser alvos de uma investigação mais detalhada a ser realizada pela Polícia Civil do Amazonas. A informação foi repassada pelo delegado geral adjunto, Ivo Martins.
Segundo ele, o vídeo faz apologia ao crime e o cantor está passivo de punição perante ao Código Penal Brasileiro. “O vídeo demonstra que ele faz apologia sim ao crime e muito mais a alguns criminosos (Ronny e Coquinho) que são por eles citados. Isso por si só denota a prática de infração penal tipificada no art. 287 do Código Penal”, afirmou.
Ainda conforme Martins, a filmagem será encaminhada para o Departamento de Repreensão ao Crime Organizado (DRCO) para início de investigação, que deve ser comandada pelo delegado Guilherme Torres. “Não dá pra afirmar se ele (Catra) tem envolvimento com a facção e isso precisa ser verificado”, destacou. A reportagem procurou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, delegado federal Sérgio Fontes, mas não obteve retorno.
Com informações Em Tempo & Acrítica