Manaus – Militantes sociais, professores, estudantes e membros de partidos políticos fizeram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (25), em Manaus, contra corrupção e reformas trabalhistas e de previdência propostas pelo governo federal. Eles ocuparam parte da av. Boulevard, na Zona Centro-Sul da cidade, em frente à nova sede do Hospital Universitário Getúlio Vargas, reinaugurado hoje. Uma manifestante foi agredida por policiais militares.
Desde o início da manifestação, policiais militares do Batalhão de Choque cercavam o prédio da nova sede do HUGV, onde acontecia cerimônia de reinauguração da nova unidade de saúde, que contou com a presença de diversas autoridades políticas. Em certo momento, durante a saída do governador José Melo do prédio do hospital universitário, houve confusão e um PM agrediu a uma das manifestantes. Ela levou um soco no rosto e teve que ser hospitalizada e receber atendimento no novo HUGV.
“O governador estava se retirando do hospital universitário e estávamos com bandeiras cantando e fazendo intervenções. Nesse momento, o policial puxou uma das minhas companheiras que estava comigo, e eu fui só puxar ela de volta, porque ele já ia agredi-la. No que eu puxo ela de volta, ele já vira com soco em mim. Não era pra pegar em mim, mas na minha colega. Foi no meu supercílio esquerdo, abriu e sangrou muito. Eu caí no chão e depois me colocaram no meio-fio. Eu levantei, caminhei um pouco e daqui já me encaminharam para o ambulatório”, disse Angélica Pires, a estudante agredida.
Após a agressão, ela voltou para a manifestação com um curativo no local do ferimento. “Foi rápido. Fui atendida no novo hospital, mas no outro ambulatório. Eles fizeram uma limpeza, disseram que não havia necessidade para uma sutura, porque não abriu, mas me deram todas as coordenadas caso eu sentisse algum outro sintoma devido a ocasião”, disse Angélica.
Ato público
Sobre um carro de som, os manifestantes discursaram contra diversas medidas propostas presidente Michel Temer, entre elas a Proposta de Emenda à Constituição PEC 55, que atualmente tramita no Senado Federal e propõe o congelamento dos gastos públicos pelos próximo 20 anos. “O governo Michel Temer está retirando os direitos dos trabalhadores por meio de uma série de medidas que estão tramitando no Congresso”, disse o professor Gilberto Vasconcelos, do movimento Luta Educador.
Os manifestantes também repudiaram a proposta que circula na Câmara dos Deputados e que pretende anistiar os crimes de caixa 2 em campanhas eleitorais. “Além da PEC 55, a gente veio denunciar também a tentativa de anistia aos investigadas da Lava Jato. Eles querem anistiar na cara de pau as propinas pagas pelas grandes empresas e construtoras aos políticos, dinheiro repassado como caixa 2, inclusive envolvendo o presidente Michel Temer”, disse o estudante Matarazzo Medeiros.
Polícia Militar
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Amazonas solicitando um posicionamento da instituição a respeito da ação do policial do Batalhão de Choque de agredir a manifestante, mas até o momento não obteve resposta.