Manaus (AM) – Na tarde da sexta-feira (5), a advogada Naiane Pimentel de Melo foi liberada após ter sido detida pela Polícia Federal por tentar despachar 12 arraias vivas no Aeroporto Internacional de Manaus. Ela compareceu à audiência de custódia e quitou a fiança estabelecida em R$ 14 mil. De acordo com a PF, Naiane será processada em liberdade pelos delitos de falsificação de documento, biopirataria, maus-tratos e exportação ilegal de animais. A defesa afirmou que só irá se pronunciar nos autos do processo.
A situação ocorreu quando Naiane estava no terminal de cargas do Aeroporto de Manaus na noite de quinta-feira (4) e foi abordada por agentes da Receita Federal e da Polícia Federal. Ao questionarem o conteúdo de três caixas de isopor, Naiane informou que continham peixes da espécie tucunaré, cujo transporte é autorizado. No entanto, ao abrir as caixas, os agentes descobriram as 12 arraias vivas, pertencentes a uma espécie encontrada na Bacia Amazônica, cada uma acondicionada em um saco plástico contendo um pouco de água. Segundo o Ibama, esses animais silvestres estão em risco de extinção. As arraias foram apreendidas e permaneceram na sede do Ibama em Manaus até a tarde de sexta-feira (5), quando foram soltas em uma praia do Rio Negro, na Zona Sul da cidade.
O delegado da Polícia Federal do Amazonas, Victor Motta, afirmou que foi identificado que as arraias teriam como destino São Paulo, mas a investigação indica a possibilidade de tráfico internacional desses animais. A PF também informou que a advogada possui uma empresa de transporte e comércio de animais e, desde 2022, enviou mais de 200 carregamentos com peso semelhante ao da carga de arraias, totalizando mais de 8 toneladas. A suspeita é que ela utilizava a empresa para o transporte de animais silvestres.