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Mulheres recebem menos crédito em trabalhos de grupo, diz pesquisa

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Um estudo desenvolvido pela doutoranda em economia de Harvard, Heather Sarsons, sugere que a desigualdade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho também pode ser notada nas atividades em grupo.

Além das diferenças que já existem na remuneração e na distribuição dos cargos de confiança, a pesquisadora aponta que nos trabalhos em equipe, por não haver como especificar quanto cada integrante do grupo contribuiu, a participação feminina costuma ser menosprezada.

Para testar sua teoria, Heather decidiu buscar dados na comunidade científica americana. Nos Estados Unidos, quando um professor universitário é contratado, ele precisa passar por um período de experiência de sete anos, no qual deve produzir artigos científicos. Apenas ao fim dessa fase é que ele será efetivado ou demitido pela universidade.

Segundo Heather, quando um artigo é publicado em equipe, por pesquisadores de ambos os sexos, os autores homens recebem o mesmo reconhecimento que teriam se tivessem assinado o estudo sozinhos. Como resultado, a possibilidade dos homens serem efetivados na universidade aumenta. Por outro lado, a publicação de uma pesquisa em equipe não teria nenhum efeito nas chances de efetivação das mulheres.

Em sua pesquisa, Heather utilizou dados de 552 economistas que frequentaram, nas últimas quatro décadas, as 30 universidades americanas em que mais se formam doutores. Embora não exista diferença no número de trabalhos publicados por homens e mulheres ao longo dos sete anos de experiência, 77% dos homens foram efetivados ao fim do período, contra 52% das mulheres.

Apesar dos dados levantados na pesquisa serem referentes apenas ao meio acadêmico, é importante ressaltar que eles surgiram em um ambiente no qual a colaboração profissional é voluntária. Em outras áreas — como a indústria de tecnologia, citada por Heather — não existe a possibilidade de trabalho solitário, o que pode intensificar esse comportamento.

“Nesses campos dominados por homens, o trabalho em equipe em que um único resultado é produzido pode prejudicar alguns profissionais se a empresa usar esteriótipos na hora de atribuir o crédito”, diz Heather na conclusão do estudo.

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