Brasília – Os gastos do governo federal com cartão corporativo aumentaram nos últimos quatro meses. Desde que Michel Temer assumiu a Presidência, o poder Executivo gastou mais de R$ 29 milhões com os cartões.
Os valores gastos entre julho e 4 de novembro ultrapassam o total gasto em todo o primeiro semestre de 2016. As despesas nos últimos quatros meses somam mais de R$ 24 milhões, contra R$ 22 milhões nos seis primeiros meses do ano. O Ministério da Transparência só divulgou agora os dados de julho até os primeiros quatro dias de novembro.
A publicação no Portal da Transparência vem uma semana depois de a CBN revelar que as despesas com o cartão corporativo no governo Temer estavam sem atualização desde julho. Os dados já levam em conta os gastos de novembro porque algumas despesas são feitas no mês anterior, mas cobradas no mês seguinte.
Nos primeiros quatro dias de novembro, já foram gastos mais de R$ 3,7 milhões. E mesmo com o discurso de contenção de gastos, o governo continua gerando despesas com o cartão. Em média, são gastos entre R$ 4 mi e R$ 5 mi por mês – o mesmo que foi gasto mensalmente no ano passado.
Para o economista Paulo Brasil, se o governo propõe uma PEC que limita os gastos públicos, também precisa cortar na própria carne. Para mostrar ao país que está preocupado com as contas públicas, ele sugere que o governo zere as despesas com cartão corporativo.
‘Quando se faz propostas como essas, de contenção de gastos, é importante que quem propõe faça o dever de casa. Na minha opinião, o ideal é que esse custo seja zerado. Isso mostraria a importância e a seriedade com que o governo está tratando o assunto.’
O órgão do governo federal que mais gastou com os cartões corporativos é a Presidência da República – com R$ 12 milhões, cerca de 40% do total gasto. Em seguida, aparece o Ministério da Justiça – onde as despesas somaram R$ 11 milhões.
A discriminação do que foi adquirido com os valores estão sob sigilo. Desde o início do governo Temer, 48% de todas as despesas com o cartão corporativo não podem ser acessadas porque estão classificadas como sigilosas. Isso sem contar os saques que são feitos sem a publicidade das compras.
Com informações CBN.