Manaus – Reportagem publicada pelo jornal O Globo do último domingo, dia 21, faz referência ao então vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) e ao senador amazonense Eduardo Braga (PMDB) sobre a forma como a construtora conseguia aliciar políticos para aprovar medidas que favorecessem seus negócios.
Um exemplo foi o debate sobre a Medida Provisória 647/2013, convertida em lei em maio de 2014.
Mensagens no celular do ex-presidente do grupo Andrade Gutierrez Otávio Azevedo mostram que, de fato, a Odebrecht falava em nome do setor junto ao governo. “Otávio, CNO (Construtora Noberto Odebrecht) vai trabalhar via CNI o destaque do parágrafo 2 do art. 83 no plenário. Segundo eles a ação será alinhada com o relator”, escreveu um diretor da Andrade ao executivo.
Os repasses teriam sido realizados por meio do Setor de Operações Estruturadas da holding, chamado pelo Ministério Público Federal de ¿escritório de lavagem e pagamento de propina¿. A maior parte dos pagamentos teria sido feita em troca de benefícios obtidos nos últimos anos graças a projetos como a desoneração da folha de pagamentos e a redução de imposto de renda sobre o lucro de empresas brasileiras no Exterior.
Em mensagens no celular de Azevedo, o relator do projeto, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negocia diretamente pontos da medida com o executivo. O debate sobre o projeto foi acompanhado de perto pelo líder do PMDB no Senado, Eduardo Braga (AM), pelo então vice-presidente Michel Temer (PMDB) e por Guido Mantega,