CATAR – Em sua coletiva na véspera da partida, o técnico Tite não perdeu tempo em dizer que Neymar jogaria. Depois disse que dependeria do que ele fizesse no treino ao final da tarde. Pois, 11 dias após ter sofrido uma grave torção de tornozelo na estreia contra a Sérvia, o meia-atacante mostrou que estava realmente pronto para voltar.
Ele marcou um dos gols sobre a Coréia na goleada por 4 a 1, pelas oitavas de final da Copa do Mundo FIFA, em Doha, mas fez muito mais. Movimentou-se bem pelo campo de ataque e arrancou com a bola em alta velocidade. Também driblou e armou. Para completar, também cumpriu seu papel na marcação, pressionando os defensores sul-coreanos na saída de bola.
Foi como se não sentisse dor alguma no pé direito. A ponto de, mesmo com um placar de 4 a 0 construído já no primeiro tempo, o astro ter retornado para campo após o intervalo, mantendo o ritmo ao lado de seus companheiros mais jovens. Ele só saiu de campo aos dez minutos do fim, dando lugar a Rodrygo. Mas não foi fácil chegar ali.
“Bateu um medo muito grande. Sofrer lesão a qual eu sofri é bem ruim. Passei a noite e outro dia chorando muito. Valeu o esforço”, disse o jogador em entrevista à TV Globo, na saída do gramado. “Fiquei até 11 da manhã fazendo fisioterapia nesse dia e outros dias até 5 e 6 de manhã. Todo sofrimento é válido para que no final possamos coroar uma coisa tão bonita que vai acontecer.”
Detalhe: com 18 minutos jogados, Tite fez sua primeira substituição, e optou por sacar o defensor Eder Militão, que entrou em campo com um cartão amarelo já computado no torneio – caso levasse um segundo, seria suspenso do duelo com a Croácia pelas quartas de final. Depois, aos 27, ele sacou Danilo (outro que retorna de lesão e tornozelo) e Vinícius Júnior, para colocar Bremer e Martinelli, respectivamente.
Por falar nos croatas, foi contra eles que Neymar marcou o primeiro de seus sete gols na história dos Mundiais – foi no jogo de abertura do Brasil 2014, em São Paulo. E o sétimo desses gols saiu em cobrança de pênalti contra a Coreia, do seu jeito característico: uma corrida em direção à bola com mudança de ritmo e firmeza na passada, para desestabilizar o goleiro Seunggyu Kim. Mais um sinal de confiança em sua recuperação.