No Equador, vítimas de coronavírus são deixadas em banheiro de hospital

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EQUADOR | Em um hospital de Guayaquil, no Equador, os mortos da pandemia de Covid-19 chegam a se amontoar até mesmo nos banheiros. Alguns foram embrulhados em mortalhas por enfermeiros porque “a equipe do necrotério não estava recebendo material”, revela um profissional de saúde.

O homem, que aceitou falar com a AFP por telefone sem se identificar, por medo de ser demitido, compartilha o “pesadelo” que viveu no sistema de saúde saturado de Guayaquil, um dos maiores focos de propagação do novo coronavírus na América Latina.

O que testemunhou, diz ele, é “traumático” e afetou sua vida dentro e fora do trabalho. “Os doentes estão sozinhos, tristes, a medicação lhes causa danos gastrointestinais, eles se sentem mal e temem quando veem que o paciente ao lado começa a ter falta de ar e a gritar que precisa de oxigênio”, relata.

As mortes se multiplicaram rapidamente, segundo o funcionário. “A equipe do necrotério não estava dando conta e o que nos restou fazer, muitas vezes, foi cobrir os corpos e acumulá-los nos banheiros”, diz. Somente quando “seis ou sete são empilhados, eles vêm buscá-los”, conta o enfermeiro, de 35 anos, que há três trabalha em um dos centros hospitalares que enfrentam a pandemia no Equador. O país tem oficialmente 22.700 infectados, desde 29 de fevereiro, a grande parte em Guayaquil.

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